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“A Assembleia nunca produziu tanto em tão pouco tempo”, diz Janaina

Depois de 47 dias à frente da presidência da Assembleia Legislativa, a deputada estadual Janaina Riva (MDB), que entrou para história de Mato Grosso ao ser a primeira mulher a presidir o Legislativo Estadual. Nesta segunda-feira (03), ela devolve o comando para o presidente licenciado Eduardo Botelho (DEM), e reassume a vice-presidência.

Segundo a parlamentar o período à frente da presidência foi um marco para todas as mulheres do nosso estado sobre capacidade feminina e, para ela, um aprendizado que mudou e amadureceu sua visão acerca da necessidade e importância dos Poderes terem bons líderes à frente deles.

“Foi um período importantíssimo de crescimento profissional e pessoal. Foi uma oportunidade ímpar de eu mostrar aos meus colegas deputados, que são 23 homens, que eu tenho capacidade para administrar a Casa de Leis. Mesmo em pouco tempo eles conseguiram visualizar um pouquinho do meu perfil, do meu modelo de atuar. Eu sou muito dedicada e acho que isso é uma característica das mulheres”.

“A gente se envolve muito, somos muito organizadas, pragmáticas e resolutivas. Então foi muito interessante porque eles se surpreenderam e muitos dos deputados me trouxeram esse feedback com a percepção deles sobre a diferença de uma mulher no comando. Então foi legal para gente ver que a mulher tem todas as condições de assumir também o posto de gestora, mesmo que ainda seja incomum nos dias de hoje em todo o País”, disse.

Na avaliação da parlamentar, o ponto de destaque de sua atuação frente à presidência da Assembleia foi justamente a grande produtividade com relação ao andamento das sessões, limpeza de pauta, bem como a resolutividade com relação à parte administrativa do Poder.

“Com certeza destaco a nossa produtividade nesse período. A Assembleia nunca produziu tanto em tão pouco tempo. Foi minha a insistência com o quórum para as sessões que tiveram a participação em massa dos parlamentares, a cobrança permanente, algumas atitudes simples como a criação de grupos de trabalho, alguns junto ao próprio governador e secretários dando dinamismo quando os deputados têm dúvidas sobre o projeto. Às vezes quando isso acontecia o próprio governador ou os secretários já respondiam, quebrando qualquer barreira ou distanciamento. Então a nossa produtividade é o que realmente posso destacar porque ela foi espetacular à frente da Assembleia”, explica.

Um levantamento feito pela assessoria legislativa da Casa, mostra que nesses 47 dias 27 sessões plenárias foram realizadas sendo 20 delas ordinárias e 07 extraordinárias convocadas pela presidente. Outro ponto do levantamento mostra que 150 projetos de lei foram apresentados, uma PEC, 10 Projetos de Lei Complementar e 62 Projetos de Resolução passaram a tramitar. “Esses números são excelentes e demonstram a confiança dos parlamentares em mim. Por mais que às vezes essa atividade parlamentar em si tome bastante tempo do parlamentar que quer ficar em gabinete atendendo as pessoas e isso é natural, mas essa chamada de ‘mãe’, de mulher, fez total diferença na hora de a gente produzir”, exemplifica.

Janaina diz que mesmo tendo sido uma experiência extremamente cansativa, ela deixa presidência satisfeita com o seu desempenho e com o trabalho que desenvolveu. “Eu adorei a experiência, mesmo sendo extremamente cansativa. Dia desses eu brinquei com o Botelho que se a gente revezasse a cada 2 meses seria mais leve para ambos porque realmente é uma missão pesada. Você não é só mais um deputado, você representa a instituição e aqui na Assembleia o nosso regimento centraliza tudo no presidente. Então foi gostoso, mas realmente cansativo e exaustivo, porém acho que dá para dividir isso com o Botelho ao longo desse período que ainda temos pela frente e acho que assim fica bom para os dois”, afirma.

A deputada revela que o período à frente da presidência mudou completamente sua forma de pensar e até de se relacionar com as pessoas e instituições. “Minha visão mudou completamente e passei a entender porque as instituições precisam de um líder à sua frente e o quanto isso influencia na tomada de decisões. Antes eu achava que o poder tinha que ser descentralizado para ser mais fácil de gerir. Hoje, eu já penso que essa centralização facilita a gestão, dá mais transparência, mais dinamismo, mais rapidez porque o presidente consegue de uma certa forma ouvindo todo o colegiado, tomar uma única decisão. Talvez se a gente descentralizasse isso as coisas demorariam mais, nó teríamos mais dificuldade em aprovar projetos. Então hoje eu enxergo que essa liderança do presidente de poder conduzir tudo isso é importante. Eu vejo a Assembleia hoje como um navio que precisa ter à frente alguém pilotando ou não chegamos a lugar algum”, compara.

Ao ser questiona se depois da experiência pretende pleitear o cargo futuramente, Janaina disse acreditar que isso é resultado de trabalho e uma construção diária. “Acho que sim, numa outra oportunidade, até porque isso precisa ser construído. Eu brinco que mudei muito à frente da Assembleia. Quando assumi a vice-presidência eu vi a diferença que faz você ter essa boa relação com os seus colegas de trabalho e com as instituições. Eu sinto que a cada dia que passa esse amadurecimento faz com que eu mais construa do que destrua ou desmobilize. Então acho que isso é um processo de construção natural. Eu não brigaria pela presidência, mas acho que construindo, através desse diálogo, acontece naturalmente”, finaliza.

MídiaNews

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