Saúde cria estratégias para enfrentar desabastecimento de estoques de vacinas

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Na falta de uma solução definitiva para a escassez de determinados tipos de vacina que já se estende por alguns meses, a Secretaria de Saúde de Lucas do Rio Verde tem alertado a população sobre a existência do problema e buscado organizar estratégias pontuais para que os Postos de Saúde da Família (PSFs) consigam dar conta das demandas de cada bairro sem prejuízos para os calendários de imunização.

Segundo o secretário de Saúde, Rafael Bespalez, para enfrentar o agravamento da situação causada por problemas na produção nacional e com a importação de doses, os estados entregaram um pedido conjunto ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, há cerca de um mês para que o desabastecimento que tem afetado os municípios brasileiros seja corrigido dentro do menor prazo. “O que a população precisa ter claro é que a solução para o problema é da competência da União, visto que no Brasil as vacinas são adquiridas pelo Ministério da Saúde, que distribui as doses para os estados e, a partir daí, os estados distribuem para os municípios”, esclarece.

Como o Ministério da Saúde ainda não tem previsão para o fim da escassez provocada pela falta de estoque para repasse aos estados, a solução encontrada foi o agendamento escalonado nos postos de atendimento locais e a otimização dos lotes com multidoses de vacina para atender o maior número de usuários sem que haja desperdício do produto. 

A supervisora de Vigilância em Saúde, Keli Paludo, adverte que a escassez de doses da vacina pentavalente – usada no combate à difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e meningite – já se estende desde 2017, quando houve a primeira redução dos estoques, e nunca mais voltou ao normal. “De lá para cá o repasse dessa vacina tem sido muito baixo e não dá para contemplar 100% da população. Às vezes, a gente recebe a metade do que precisa, outras até menos que isso, como foi o caso deste mês de agosto”, relata.

O lote de doses da vacina BCG recebido no mês de agosto teve seu número reduzido a apenas 8% da demanda mensal da Secretaria de Saúde. Para agravar a situação, após a abertura, os frascos com 20 doses têm seu vencimento em apenas seis horas. “Então é preciso otimizar o uso e vacinar as crianças nesse período de seis horas para não haver desperdício de doses. Para essa vacina, a partir de hoje adotamos uma estratégia de agendamento por causa dessa escassez”, explica.

A quantidade de doses da vacina oral contra a poliomielite, a famosa gotinha, também está com nível prejudicado há alguns meses e passou igualmente a fazer parte da escala de vacinação adotada para evitar que falte em algum período do mês. Como as remessas de vacinas são feitas mensalmente pela Secretaria Estadual de Saúde e o quantitativo recebido pela Regional de Saúde fica abaixo da necessidade dos municípios, o repasse insuficiente compromete a cobertura integral.

O enfrentamento do problema também passa por frequentes negociações com o órgão regional, em Sinop, e a própria Secretaria Estadual, em Cuiabá, para que a remessa de doses se aproxime da quantidade estimada de uso em cada mês. Segundo a supervisora, o cálculo que possibilita estabelecer a meta vacinal é feito com base no total de nascidos vivos a cada ano. “Muitas vezes, as crianças vão ser direcionadas para unidades onde tem vacina. Caso não haja vacina disponível em nenhuma unidade, terá que esperar até a próxima remessa, que acontece geralmente após o dia 10 de todo mês”, observa.

Por Ascom Prefeitura/Neri Malheiros