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Bolsonaro afirma: “Interesse na Amazônia não é na árvore”

Presidente criticou o discurso estrangeiro a respeito da floresta

Em um discurso feito a um grupo de garimpeiros em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro disse, nesta terça-feira (1º), que o discurso estrangeiro favorável à floresta amazônica não está preocupado com a preservação ambiental ou com a proteção dos índios.

Na entrada do Palácio do Planalto, onde subiu numa cadeira para discursar, ele disse que o interesse não é na “p* da árvore”. Na ocasião, ele também criticou o cacique Raoni Metuktire, que segundo ele “vive tomando champanhe” em países europeus.

– O interesse na Amazônia não é no índio nem na p* da árvore, é no minério. O Raoni fala pela aldeia dele, fala como cidadão, [mas] não fala por todos os índios, não. É outro que vive tomando champanhe em outros países por aí – disse.

O presidente atendeu a manifestação de representantes da Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), que havia protestado mais cedo no Palácio do Alvorada.
Os representantes da entidade, que se reuniram com Bolsonaro também no gabinete presidencial, pedem que seja deslocado um contingente das Forças Armadas a Serra Pelada, no Pará, para proteger a atividade do garimpo.

O grupo acusa a empresa mineradora Vale de avançar sobre a área demarcada para a exploração da cooperativa, por meio de túneis subterrâneos. Eles solicitam que as licenças passem a ser dadas pelo governo federal, não mais pelos estaduais e municipais.

– As fotografias que eu vi, gostaria que a nossa imprensa fizesse um trabalho nesse sentido, mostram túneis em que entram um ônibus duplo de tanto de ouro que tiraram da região de vocês – disse o presidente.

Ele ressaltou, no entanto, que o poder público “não vai desrespeitar contrato com ninguém” e que pretende buscar uma maneira de solucionar a situação no Pará, porque, segundo ele, “não pode continuar como está”.

– Esse é um país que é roubado há 500 anos. A gente conhece o potencial mineral do Brasil, de Roraima, do sul do Pará. Eu sei como a Vale abocanhou, no governo Fernando Henrique Cardoso, o direito minerário no Brasil. Um crime que aconteceu – criticou.

Recebido por Bolsonaro, o garimpeiro Jonas Andrada, representante da cooperativa, disse sua área de exploração, vizinha a uma região de atuação da Vale, foi cedida pelo governo militar, e sugeriu que a empresa possa estar roubando o minério. Ele defendeu uma intervenção federal para proteger a área.

– Nós queremos uma força-tarefa do governo federal dentro de Serra Pelada. Estamos pedindo ao Exército Brasileiro a demarcação de nossa terra porque a Vale pode estar dentro de nossa terra através de túneis para tirar o nosso minério – acrescentou.

*Folhapress

Fonte : Pleno.news

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