Mercedes Aráoz, nomeada pelo Congresso para substituir presidente do Peru, renuncia e pede eleições

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Na Martín Vizcarra dissolveu o Parlamento.

Um dia após ser nomeada pelo Congresso para substituir Martín Vizcarra na Presidência do Peru, Mercedes Aráoz renunciou na noite desta terça-feira (1º). A decisão favorece o presidente Vizcarra.

“Decidi renunciar irrevogavelmente ao cargo de Vice-Presidente Constitucional da República. Espero que minha demissão leve à convocação de eleições gerais no menor prazo para o bem do país”, escreveu ela no Twitter.

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Vice-presidente do Peru renuncia ao cargo de presidente interina

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A disputa entre Martín Vizcarra e o Congresso levou o país a um grave impasse institucional na segunda-feira (30). Após o líder dissolver o parlamento e convocar novas eleições para 2020, o Congresso respondeu suspendendo-o temporariamente e nomeou sua vice, Mercedes Aráoz, para ocupar o cargo.

A crise política peruana se agravou quando Martín Vizcarra tentou alterar o modelo de escolha dos membros do Tribunal Constitucional em uma manobra para evitar que a corte fosse controlada pela oposição.

O Congresso, que é controlado pela oposição fujimorista e que indica os novos nomes para o Tribunal Constitucional, ignorou o projeto presidencial. Face à resistência dos parlamentares, Vizcarra dissolveu o parlamento e convocou eleições parlamentares.

Logo em seguida, o Congresso aprovou a suspensão “temporária” de Vízcarra por “incapacidade moral” e nomeou para seu lugar a vice-presidente Mercedes Aráoz. Ela prestou juramento imediatamente depois.

A escalada da crise levou os responsáveis pelas Forças Armadas e pela Polícia Nacional a se reunirem com Vizcarra para demonstrar “seu total apoio à ordem constitucional e ao presidente”.

Congresso fechado

A renúncia de Aráoz fortalece Martín Vizcarra, que conseguiu apoio da cúpula militar, de cerca de 10 governadores regionais e de milhares de cidadãos que fizeram marchas coloridas e barulhentas na noite de segunda-feira em Lima e nas cidades de Huancayo, Cuzco, Arequipa, Puno, Trujillo, Moquegua e Tacna, entre outras.

Segundo a France Presse, ninguém foi às ruas apoiar o Congresso, que enfrenta uma rejeição de quase 90% da população, segundo pesquisas.

Na terça, o Júri Nacional de Eleições, que é órgão autônomo, confirmou a realização da votação para eleger o Parlamento, com a participação de 23 milhões de cidadãos maiores de 18 anos.

Já a Secretaria Geral da Organização de Estados Americanos (OEA) disse que o Tribunal Constitucional do Peru deve se pronunciar sobre a decisão de Martín Vizcarra de dissolver o Congresso e convocar novas eleições.

Fonte : G1.com