Segundo ele, a capilaridade de agências, o sistema fechado das instituições, a concentração nos meios de pagamento, o monopólio de dados bancários e o próprio balanço dos bancos seriam as principais barreiras à entrada dos pequenos no setor.
Para Campos Neto, a grande capilaridade dos bancos tradicionais deixou de ser uma vantagem comparativa dos bancos e uma barreira à entrada a novos agentes no mercado. “Se boa parte das pessoas não vai às agências, a dinâmica está mudando, e vão se trocar empregos de agências por empregos em tecnologia no setor”, afirmou, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
O presidente do BC reiterou que inovação tecnológica no meio de cartões e meios de pagamentos está acelerada. “O que mais temos hoje são plataformas que vendem produtos de várias instituições”, afirmou. “Já o open banking é projeto para que barreira ligada aos dados seja superada”, completou.
Ao responder às perguntas dos senadores, Campos Neto avaliou que a autorregulação do bancos no cheque especial teve algum efeito por um tempo, mas os juros na modalidade se mantiveram altos. O BC tem prometido uma “reengenharia” do produto.
Campos Neto também considerou o parcelamento no cartão sem juros uma “jabuticaba brasileira”, já que não existe paralelo em outros países. “Temos que avançar na educação financeira e informar as pessoas que existem modalidades melhores de crédito”, completou.
Questionado pelos senadores sobre a possibilidade do BC impor um teto aos juros cobrados nos empréstimos bancários, Campos Neto reconheceu que existe um teto para juros em alguns países, mas reiterou que esse limite se situa muito acima dos juros cobrados naqueles mercados.
O presidente do BC disse ainda que falta ainda um “pacote” para endereçar melhorias o sistema de garantias no mercado de crédito brasileiro. Campos Neto também prometeu uma simplificação no sistema de tarifas bancárias. “Há muitas tarifas no Brasil, elas são complexas, mas não são muito maiores que as de outros países”, concluiu.