Começou a colheita do pequi no município de Ribeirão Cascalheira (900 km a Leste de Cuiabá) e a safra vai até o mês de dezembro. O técnico agropecuário da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Carlos Alberto Quintino, fala que o pequi faz parte da economia do município e que este ano a diminuição da oferta aumentou o preço em 60% em relação ao ano de 2018. Uma caixa (30 quilos) está sendo comercializada por R$ 30,00. A previsão é colher 250 toneladas do fruto.
O cultivo do pequi é nativo e ocupa uma área de 200 hectares, e alguns produtores estão plantando novas mudas para serem utilizadas também no reflorestamento de áreas degradadas. Em torno de 80% das árvores são nativas e outros 20% plantados pelos produtores. Hoje o município possui uma média de 80 produtores rurais, sendo que alguns estão cultivando novas mudas para serem utilizadas também na recuperação de Áreas de Proteção Permanente (APP).
De acordo com Quintino, com a falta de chuva e alguns incêndios florestais, a produção do fruto poderá ter uma redução de 50%. Mesmo com a queda na produção o fruto pode gerar uma renda de R$ 250 mil para o município. “A safra do pequi tem movimentado nos últimos anos a economia do município, com compradores de Brasília, Goiânia e Cuiabá”, esclarece.
Cada caixa de 30 quilos está sendo comercializa por R$ 30,00.
O município de Ribeirão Cascalheira é considerado o maior produtor de pequi do Médio Araguaia, com mais de 15.600 pés da fruta. Segundo Carlos, foi realizado um levantamento pelos técnicos da Empaer, que constataram que ainda existem outras 11.900 árvores que não atingiram a maturidade produtiva e que nos próximos anos devem começar a produzir.
O técnico Carlos Alberto destaca que o pequi (Caryocar brasiliense) é um produto extrativista e uma alternativa econômica para muitos agricultores familiares da região. Normalmente uma árvore de pequi produz em média dois mil frutos por colheita, e começa a produzir no quinto ano após o plantio. “Mesmo com a falta de chuva no período da floração do pequi, na colheita que começou em outubro, o fruto saiu vigoroso e pronto para ser consumido”, destaca.
Conforme decreto do Governo do Estado, o Pequi (Caryocar brasiliense) é considerado uma das árvores símbolos de Mato Grosso, representando o bioma cerrado. É uma frutífera que representa os costumes, tradição, culinária e é muito utilizada para recuperar áreas degradadas. A pesquisadora da Empaer, Lozenil Carvalho Frutuoso, estuda há mais de 17 anos o comportamento de espécies frutíferas oriundas da região Centro-Oeste. O fruto do pequi pode germinar entre 25 dias a 12 meses.
O municipio possui mais 15.600 pés de pequi.
O técnico agropecuário e responsável pela multiplicação de mudas no viveiro da Empaer, Roberto Arcanjo Ferreira, fala que para produzir a muda de pequi é necessário colher os frutos bem maduros, aqueles caídos no chão, e selecionar os melhores. Segundo Arcanjo, 90% das sementes são coletadas no Vale do Rio Cuiabá, e para produzir o pequi é necessário ter alguns cuidados, tais como a escolha correta da semente, o preparo da terra, plantio, irrigação e evolução da planta. “As mudas ficam prontas para o plantio num período de seis meses para recuperar áreas degradadas”, enfatiza.
A muda do pequi é de difícil germinação e em alguns casos, a semente poderá ser tratada antes do plantio, garantindo mudas produtivas. O viveiro da Empaer multiplica mudas de pequi e comercializa por R$ 10 cada.
Fonte Governo do Estado