O Dia Mundial da Diabetes é lembrado a cada 14 de novembro. No Brasil, 13 milhões de pessoas são portadoras da doença e a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, até 2030, existam 300 milhões de diabéticos em todo o mundo. Entre as causas da doeça estão fatores genéticos, maus hábitos de vida e falta de prevenção.
“A doença está mais relacionada aos fatores ambientais, tais como: hábito alimentar ruim; ganho de peso; sedentarismo e falta de cuidado com a própria saúde”, alerta a médica endocrinologista Luciana Diniz, que atua no Centro de Especialidades de Média e Alta Complexidade (Cermac), uma das unidades especializadas mantidas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT).
O diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo. A doença é mais preponderante entre pessoas com mais de 45 anos de idade, porém, pode ocorrer em crianças e adolescentes, de acordo com o hábito alimentar e estilo de vida; nessa faixa etária, a doença pode causar a destruição do pâncreas.
Metade dos casos diagnosticados não apresentam sintomas, ou seja, a diabetes é uma doença silenciosa, que acaba induzindo o paciente a não buscar tratamento.
O diabetes tipo dois é o mais preocupante porque ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida. A causa está diretamente relacionada ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados.
Os sintomas
De acordo com a médica Luciana Diniz, os sintomas aparecem sempre na fase avançada da doença, como a perda de peso progressiva; vista embaçada; vontade de ir ao banheiro várias vezes – sempre no período noturno – e câimbras frequentes.
“Uma vez diagnosticada a doença, não existe cura, mas sim tratamento e controle que evita as complicações e o óbito” enfatiza Luciana Diniz.
O diagnóstico e tratamento do diabetes é realizado na Rede Pública de Saúde. Para o exame mais simples, que é o de glicemia capilar, o paciente não precisa estar em jejum; o aparelho usado neste exame de detecção é encontrado nas unidades municipais de Saúde e não é necessário ter a solicitação do médico para a avaliação.
Já o exame de glicemia em jejum é o que vai confirmar o diagnóstico e, para isso, é necessária a indicação médica. Esse exame é realizado pelo Lacec (Laboratório Central de Cuiabá), que é uma referência. Para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS), a regulação do paciente deve ser feita pelo município de sua origem.
Tratamento pelo SUS
Segundo a endocrinologista Luciana Diniz, após o diagnóstico, o tratamento é realizado na Rede Pública de Saúde com a indicação de medicamento, orientação sobre restrição de açúcar, mudança de hábito alimentar e prática de atividade física.
O tratamento para os pacientes que utilizam a insulina ou que tenham algum tipo de sequela é realizado pelo Cermac, com sede em Cuiabá. A unidade atende pacientes regulados por todos os 141 municípios, sendo referência nesse tipo de atendimento, e dispõe de endocrinologistas, psicólogos, médico vascular, fisioterapeuta e nutricionista.
“Na fase avançada do diabetes, o paciente apresenta pé diabético. Alguns tiveram amputações de membros; a retinopatia diabética, que é a lesão ocular grave com risco de cegueira; a nefropatia diabética, que é a lesão renal grave com risco de diálise”, exemplifica Luciana Diniz.
No Cermac, o paciente também recebe o medicamento, tem acesso aos exames periódicos e de controle da doença, além de receber orientação profissional de como conviver com a doença por meio de encontros educativos para diabéticos e seus familiares – que são realizados todas as quintas-feiras, das 8h às 12h, dentro da unidade especializada.
A médica alerta para a importância do diagnóstico precoce e do controle da doença e destaca que o tratamento deve sempre iniciar de forma imediata, assim que a doença for identificada..
Fonte Estadão