O novo contrato em negociação com a Caixa deve incluir condições mais favoráveis ao Corinthians. O banco, conforme fonte ouvida na condição de anonimato, porém, se cercou de uma estrutura mais sólida de garantias – e o custo da dívida para o clube pode subir. As negociações estariam em fase final, faltando apenas detalhes e aprovações das duas partes. Assim, é esperado um desfecho para breve, possivelmente, já na semana que vem, a depender da conclusão das conversas.
Dentre os pontos acertados entre o banco público e o clube estaria o alongamento da dívida. O vencimento, antes previsto para 2028, deve ser prolongado em mais três anos. Além disso, o valor da multa por causa da execução de uma garantia por empréstimos atrelados à Arena Corinthians também pode ser financiado juntamente com o total da dívida, conforme fontes ouvidas pelo Broadcast.
Do lado das garantias, foi feita uma revisão para reforçar a estrutura existente. Por exemplo, o banco não detinha todo o controle do fluxo de recebíveis da arena, que está atrelado à dívida. Assim, um ajuste foi feito para que a Caixa pudesse ter uma visão mais clara da garantia. O objetivo das negociações, conforme uma fonte do Estado, foi estabelecer condições para que o Corinthians não voltasse a ter problemas com o pagamento da dívida relacionada ao estádio. “O processo de renegociação anda bem e um acordo pode ocorrer nas próximas semanas”, disse uma fonte próxima às conversas, na condição de anonimato.
Alguns temas, porém, ainda estão em discussão, por exemplo, a inclusão dos “naming rights” como parte da garantia do empréstimo, hoje concentrada no fluxo de recebíveis. Recentemente, o Corinthians voltou a negociar os direitos do nome do estádio. Apesar de ter sido inaugurado há cinco anos, em 2014, até agora o clube não conseguiu vender o batismo do estádio. “É uma boa garantia porque é um contrato. O dia que o Corinthians fechar um comprador, terá um valor pelos direitos do nome do estádio”, explicou uma fonte.
O avanço nas negociações entre Caixa e Corinthians ocorrem em paralelo à briga judicial deflagrada com a execução da dívida da Arena no último dia 23 de setembro. Na ocasião, o banco pediu o bloqueio das contas do estádio até que o valor fosse quitado. A Caixa alega ter o direito a R$ 537 milhões. O clube diz que a dívida gira em torno de R$ 470 milhões. No mês passado, o Corinthians entrou com pedido de embargo contra o processo movido pelo banco para suspender a execução judicial, retirada do nome da Arena Itaquera S/A do Serasa e designar uma audiência de conciliação.
Procurada, a Caixa não comentou o acerto. O Corinthians informou que as negociações entre o clube e a Caixa Econômica Federal não estão concluídas. “As tratativas seguem amigavelmente durante o prazo de suspensão da execução judicial de 30 dias definido pela Justiça. Os entendimentos técnicos estão em avaliação pelas partes e uma vez acordados deverão seguir internamente para avaliação e aprovação”, acrescentou o clube.
Mas, em negociações iniciais, o Corinthians não abria mão de pagar prestações mensais de R$ 6 milhões em oito meses do ano e mais R$ 2,5 milhões em quatro meses, quando o time tiver menos jogos em sua agenda.