Em meio a motim da polícia, governo da Bolívia denuncia plano de golpe de estado

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Diante de um motim de policiais, o governo da Bolívia divulgou neste sábado (9) um comunicado em que denuncia um plano de golpe de estado no país.

O Ministério de Relações Exteriores afirma que “os últimos acontecimentos põem em evidência a implementação de um plano de golpe de estado provocado por grupos cívicos radicais”.

Na sexta-feira (8), o opositor Fernando Camacho, da província de Santa Cruz, fez um chamado público para “interromper a ordem constitucional”, de acordo com o texto, e convocou as forças armadas e a polícia nacional a “não reconhecer o governo constitucional e exigir a renúncia do presidente Evo Morales”, de acordo com o comunicado.

Segundo a imprensa boliviana, policiais da capital La Paz se somaram, neste sábado (9) aos de três regiões que, na sexta-feira (9) iniciaram motim contra a repressão aos opositores.

Os grupos se recusam a reprimir as manifestações contra o presidente reeleito em outubro para um quarto mandato consecutivo após eleições contestadas por opositores.

Há, portanto, motins nas unidades policiais das seguintes cidades:

  • La Paz
  • Cochabamba
  • Sucre
  • Santa Cruz

Segundo o jornal “El Deber”, Carlos Mesa, candidato que foi derrotado por Evo nas eleições, disse que não há golpe de estado em marcha. Ele pediu, neste sábado (9), para que os simpatizantes do partido do presidente Evo não atendam o pedido do líder para se mobilizarem, e para que os opositores não respondam provocações.

“O que acontecer nas próximas horas é a última janela de oportunidade para Evo Morales”, disse ele.

Violência na Bolívia

Confrontos na quinta-feira terminaram com ao menos um morto e de 80 a 90 feridos. Segundo versões extraoficiais, os policiais receberam ordens de Grandy de reprimir aos manifestantes da oposição e favorecer o grupo de seguidores do presidente Morales.

Por outro lado, o comando policial nacional nomeou como novo comandante da Polícia de Cochabamba o coronel Javier Zurita.

A Bolívia vive a terceira semana de violentos protestos, com greves e bloqueios de ruas, contra a reeleição de Evo para um quarto mandato.

Fonte : G1.com