“Uma prova com bastante cara de Enem, sem nenhuma grande surpresa em termos ideológicos, como eles [líderes do atual governo gostam de falar”, diz Fabio Romano, coordenador editorial de Ciências Humanas do Sistema de Ensino COC. Ele destaca como positivo o fato de que não houve nenhuma questão polêmica para nenhum dos espectros políticos. “Não caiu nenhuma letra de música de Chico Buarque, Caetano Veloso ou texto de [Karl] Marx. Não caiu socialismo. Não teve texto de Olavo de Carvalho.”
Cláudio Hansen, gerente pedagógico do Descomplica e professor de geografia e atualidades, notou a ausência de alguns temas que foram recorrentes em anos anteriores, como o governo Vargas, Guerra Fria e a Segunda Guerra Mundial, problemas e conflitos urbanos. “Alguns dos medos que tínhamos em relação a conteúdos deixarem de estar presentes na prova por causa da nova formulação de governo acabaram não se confirmando. Houve questões que tratavam como os direitos das minorias, problemas da concentração de renda, uso do agrotóxicos brasileiros, isso tudo apareceu na prova”, disse.