Caixa Econômica Federal vai devolver mais R$ 8,35 bilhões ao governo por conta de empréstimos feitos durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
O aval para a devolução dos chamados instrumentos híbridos de capital e dívida (IHCD) foi dado nesta sexta-feira (27/12/2019), pelo Tesouro Nacional, conforme despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU), assinado pelo secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Júnior.
O pagamento deve ser feito nesta sexta-feira mesmo. A autorização do Tesouro era o último trâmite oficial que faltava. O Banco Central, que também avaliou a operação, já tinha autorizado. São dois pagamentos, um de R$ 7,350 bilhões e outro de R$ 1 bilhão, quitando parte de um segundo contrato da Caixa, agora sob gestão de Pedro Guimarães (foto em destaque), com a União.
R$ 11 bi no total
Com esses R$ 8,350 bilhões, a Caixa terá devolvido ao governo um total de R$ 11,350 bilhões neste ano. Em junho, o banco já havia feito um pagamento de R$ 3 bilhões.
Antes das amortizações, a Caixa detinha um saldo de pouco mais de R$ 40 bilhões em IHCD, recursos esses que foram aportados na instituição na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff para suportar a estratégia de concessão de crédito utilizada na época.
Os pagamentos de IHCD foram possíveis a partir de cortes de custos que a Caixa tem feito e ainda a venda de ativos. Para 2020, o banco quer ir além e aumentar o volume devolvido ao governo. Pretende, assim utilizar os recursos que levantar com a venda de ativos e ainda a abertura de capital de alguns negócios, que incluem as operações de seguros, cartões, loterias e gestão de recursos.
Mais pagamentos
A expectativa do banco público, conforme apurou o Estadão/Broadcast, é pagar mais R$ 8 bilhões em 2020 por causa da abertura de capital da Caixa Seguridade, totalizando uma devolução de R$ 20 bilhões – ou metade do saldo de IHCD. A devolução desses recursos diminui a despesa de juros da instituição, que foi equivalente a cerca de R$ 4 bilhões neste ano.