Um técnico que não gosta de rótulos. Odair Hellmann chega ao Fluminense em um momento de crise financeira do clube, mas com muita vontade de vencer, aproveitar os jogadores da base tricolor, criar um ambiente de trabalho saudável e ajudar o time a sonhar grande novamente. Porém, se você quiser saber qual será o estilo de jogo do novo treinador, não vai ter resposta pronta.
“Eu não gosto de rótulos. No Brasil, a gente tem uma vontade de colocar rótulos nas situações e agora começou esse rótulo de modelo de jogo, que um é ofensivo, outro é defensivo. Às vezes depende muito de quem enxerga. Quem tá dentro tem uma ideia do processo e uma visualização. Dentro daquilo que nós trabalhamos, daquilo que eu gosto, tenho como ideia uma equipe bastante equilibrada, ofensiva e defensiva. Partindo das definições de jogadores que estão em negociação, eles ficando, a gente parte de um estágio coletivo. Se esses jogadores não ficarem, a gente vai buscar outras aquisições, e aí parte de outro estágio. A minha ideia de jogo respeita as características dos jogadores que nós temos à disposição dentro do grupo, para potencializar elas individualmente e dentro do coletivo. Agora, eu gosto de uma equipe bastante equilibrada.
Odair Hellmann busca o equilíbrio, mas ainda não sabe se vai poder contar com jogadores importantes. Durante entrevista coletiva concedida no CT Carlos Castilho, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o treinador até pediu para que Caio Henrique e Allan fiquem. O presidente Mário Bittencourt falou sobre a situação atual da negociação dos jogadores e do lateral-direito Gilberto.
“No caso do Allan, é uma situação um pouco mais acessível porque o Liverpool não demonstra interesse em renovar o empréstimo, só em vender o atleta, mas nós já começamos a conversar alguma forma dentro das possibilidades do Fluminense. Com relação ao Caio Henrique, o Deco é o representante dele e tem mantido conversas comigo diárias. Eu estava conversando com o Caio Henrique no Whatsapp. Ele dizendo: ‘presidente, cheguei ao Brasil, continuo na luta para permanecer aí’. Só que ele também tem vínculo com o Atlético de Madrid e até o momento, o que nos foi informado é que o Atlético de Madrid recebeu uma proposta de Europa no valor de 12 milhões de euros e eu não tenho como concorrer em hipótese alguma. Se houver alguma possibilidade de proposta nível Brasil, por exemplo, a gente compra parte do jogador e a outra parte ficar lá. Ou, como na primeira conversa, uma renovação de empréstimo com valor, um valor até alto para o Fluminense, mas que nós nos esforçaríamos ao máximo para pagar para que ele ficasse aqui mais um ano. O Gilberto está 95%, só falta trocar documento. A gente tinha uma opção de compra em um valor altíssimo e conseguimos adquirir 50% do jogador por bem menos do que 10% da opção de compra”.
E as novas contratações? Questionado sobre uma possível vinda de Fred, Odair Hellmann prefere não comentar.
“Sobre negociação, especulação, contratação, qualquer manifestação minha pública muda o contexto todo. Financeiro, técnico, em todos os sentidos. Tudo isso a gente conversa internamente, como eu faço nos outros aspectos. Essa é uma relação importante de criar expectativas ou não para o público. Isso é um fato que tem que tomar muito cuidado”.
Esta é a segunda passagem de Odair Hellmann pelo Fluminense. Em 1999, como jogador, conquistou a série C do Campeonato Brasileiro. O técnico lembrou que conhece bem o clube e, inclusive, é amigo de Marcão, com quem atuou na época de atleta. Comandante tricolor no fim do Campeonato Brasileiro de 2019, Marcão segue na comissão técnica do clube.
Fonte EBC