A área lateral aos muros do presídio Dr. Osvaldo Florentino Leite (Ferrugem), em Sinop, ganhou uma nova aparência: o generoso cultivo de hortaliças e frutíferas onde antes só havia mato. O projeto denominado “Semear”, lançado em setembro de 2019, conta com as parcerias da Prefeitura de Sinop, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Conselho da Comunidade e Secretaria de Estado de Segurança pública.
“É um projeto importantíssimo, principalmente, para os reeducandos, que em breve estarão novamente com a sociedade. Eu acredito muito neste projeto porque está com um olhar ao ser humano. Essa é uma grande oportunidade de trabalho a essas pessoas que, também, têm famílias”, frisa a prefeita Rosana Martinelli, que visitou o local, na quinta-feira, dia 12, acompanhada do secretário de Desenvolvimento Econômico, Daniel Brolese.
Ainda conforme a gestora, o projeto vai muito além do objetivo principal, que é a ressocialização. “Isso aqui é um incentivo à agricultura da nossa região e que acaba fomentando o comércio e dando qualidade de vida a eles [reeducandos]. Afinal, estamos [gestão] oferecendo capacitação de trabalho. A sociedade pode ficar tranquila porque todas as ações que estamos fazendo, aproveitando essa mão de obra, são feitas junto ao Poder Judiciário e ao Conselho da Comunidade que estão sempre nos respaldando e por isso nunca tivemos problemas”, relata.
Para a gerente de apoio administrativo e penal da penitenciária, Daiane Rocha Xaviel, a parceria com a prefeitura é fundamental para fortalecer o projeto. “É muito importante para toda a penitenciária. Principalmente, para o recuperando que sai daqui com uma profissão, reabilitado para o convívio social. Há um índice muito baixo de pessoas que participam de projetos como esse e retornam algum dia para o presídio”, afirma.
Segundo o agrônomo da Sedec, Clóvis Sanches, na área de 5.500 m² foram plantadas 12.780 mudas de abacaxi, quatro mil mudas de quiabo, um mil de pimentões. E, ainda, será ampliada para mais cinco mil m² de área para o plantio de batatas doces, maracujá e jiló. Com isso, os reeducandos passam a ter uma atividade que soma do desenvolvimento pessoal deles e traz lucros.
“Fazemos um trabalho de orientação técnica junto com os reeducandos, buscando capacitá-los quanto às práticas mais eficientes na produção, como o preparo da terra, plantio, colheita. E os produtos colhidos são destinados, em parte, ao comércio local de Sinop, sendo o outro montante para uma cooperativa de Terra Nova para a fabricação de poupas”, explica.
O diretor executivo do Conselho da Comunidade de Sinop, José Magalhães Pinheiro, reforça que os projetos que visam a ressocialização são essenciais para oportunizar ao preso condições de mudança. “No meu entendimento, só através da tríade que é religião, trabalho e educação é possível mudar. Sem essa tríade não é possível. O conselho tem feito o seu papel ressocializador que é criar ferramentas para que o preso possa ser reinserido na sociedade”, garantiu.
Os lucros são rateados entre o conselho, a penitenciária e com os próprios reeducandos que trabalham diariamente no plantio e manutenção do cultivo das hortaliças. Os reeducandos, ainda, têm remição de pena. A cada três dias trabalhados é descontado um dia.
Fonte Assessoria da Prefeitura