Servidores terceirizados da área de saúde do município do Rio de Janeiro começam a receber os salários atrasados. No entanto, benefícios como os vales-alimentação e transporte ainda estão em atraso, disseram representantes sindicais entrevistados pela Agência Brasil. Os trabalhadores continuam parados até que o pagamento seja feito integralmente. Hoje (13) é o quarto dia de paralisação.
“Algumas OSs [organizações sociais] começaram a depositar os pagamentos, mas os benefícios não foram pagos”, disse o presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde do Município do Rio de Janeiro, Ronaldo Moreira.
Segundo Moreira, a categoria permanece parada até que todo os salários atrasados, os benefícios e o décimo terceiro sejam pagos. “Temos colegas passando dificuldade”, afirmou o sindicalista.
Os técnicos de enfermagem também começaram a receber o pagamento, mas incompleto, informou a presidente do Sindicato de Auxiliares e Técnicos de Enfermagem, Miriam Lopes. “As OSs estão recebendo e repassando. Alguns ainda não receberam, estamos aguardando”. O sindicato não aderiu à paralisação.
De acordo com o diretor de Comunicação do Sindicato dos Médicos do Rio Janeiro, Carlos Vasconcellos, a expectativa é que os salários sejam todos depositados, no máximo, até terça-feira (17). A assembleia dos trabalhadores decidiu voltar ao trabalho assim todos receberem seu pagamento.
Prefeitura
Em nota, a prefeitura do Rio afirma que todas as OSs já receberam o repasse, e os salários estão sendo pagos ao longo do dia.
Nesta semana, os trabalhadores divulgaram uma carta à população carioca denunciando a situação da saúde no Rio e anunciando, inicialmente, uma paralisação de dois dias, que terminaria na quarta-feira (11). São agentes comunitários de saúde, farmacêuticos, técnicos de enfermagem, entre outros profissionais, que estão sem salário desde outubro.
Os afetados pela falta de pagamento são aqueles contratados por organizações sociais, que recebem recursos da prefeitura para administrar unidades de saúde. Nas unidades administradas por essas organizações, o atendimento ficou restrito a 30% do quadro de profissionais. A paralisação afeta principalmente clínicas da família e centros municipais de saúde.
Nesta sexta-feira, a prefeitura do Rio de Janeiro e o Ministério da Saúde assinaram um termo de ajuda emergencial para a saúde no município.
Nesta quinta-feira (12), o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ) determinou o bloqueio de R$ 300 milhões das contas do município do Rio de Janeiro para o pagamento dos profissionais terceirizados da saúde que estão com os salários atrasados.
Além disso, o TRT determinou que os empregados voltem ao trabalho assim que forem pagos.
A prefeitura pode recorrer da decisão.
Fonte EBC