Na França, os sindicatos decidiram prolongar a greve em protesto contra a reforma da lei de pensões. Os setores mais afetados são os da educação e dos transportes.
Apenas uma em cada dez linhas de trem está circulando. O metrô está limitado às duas linhas automáticas, sendo que as 14 restantes estão paradas. Nas empresas de ônibus, a adesão à paralisação é de 70%.
Muitas escolas voltaram a suspender as atividades. Ontem em Paris, mais da metade das escolas não abriu as portas. À noite, os números da adesão variavam, com os sindicatos indicando 75%, e o Ministério da Educação, 42%.
Hoje, o trânsito na capital francesa está caótico, com filas de mais de 300 quilômetros em congestionamentos, para entrar em Paris.
A última vez que a França viveu uma greve geral como essa foi em 1995. Na época, o país ficou paralisado durante três semanas, em protesto contra o projeto de Alain Juppé de alterar o plano de reformas.
A Direção-Geral da Aviação Civil solicitou às companhias aéreas que reduzam seus voos em 20%.
A Air France anunciou o cancelamento de 30% dos voos domésticos e 10% dos de médio percurso. A companhia pretende realizar todas as ligações de longo curso.
O governo admite alterar alguns pontos da proposta, mas não vai desistir do projeto que será apresentado na próxima segunda-feira (9).
A alteração da lei das reformas foi uma promessa da campanha presidencial de Emanuel Macron. Estava inicialmente prevista para junho de 2019, mas foi repetidamente rejeitada pelo governo de Édouard Philippe.
O objetivo é criar um sistema universal que una os 42 regimes especiais que existem atualmente.
França paralisada
Ontem, mais de 800 mil pessoas marcharam pelo país, segundo dados do Ministério do Interior. Os maiores protestos ocorreram em Paris, Marselha, Toulouse, Bordeaux e Grenoble.
Os protestos foram marcados por incidentes, quando jovens encapuzados provocaram confrontos com a polícia em Paris.
Os confrontos começaram no meio da tarde, nas avenidas do leste da cidade. Várias lojas foram atacadas.
A polícia deteve, na Praça da República, membros do Black Block, que atearam fogo a caixotes de lixo, motos e patinetes.
Grupos infiltrados
“Vejo que há sempre pessoas que vêm poluir as manifestações, recorrendo à violência, muitas vezes com palavras de ordem extremamente radicais, que não querem construir nada e que querem apenas mostrar uma oposição radical, contestar o sistema e que não estão numa dinâmica de diálogo”, afirmou o ministro dos Transportes, Jean Baptiste Djebbari.
Ele cumprimentou os sindicatos que, “em sua maioria, agiram de forma responsável e souberam organizar as manifestações que, em geral, foram calmas, apesar de imagens de fumo e destruição”.
Fonte EBC