Faltam exatamente seis meses para os Jogos Olímpicos de Tóquio, que serão realizados entre 24 de julho e 9 de agosto. A contagem regressiva para o principal evento esportivo do ano já começa a mexer com os atletas e o foco está totalmente voltado para a competição.
O Estado ouviu seis importantes atletas brasileiros, todos com chances de pódio nos Jogos de Tóquio, para entender o que passa na cabeça de cada um e como será o treinamento até a competição no Japão. A maior preocupação é em relação ao desgaste antecipado, ou com lesões, e a missão é conseguir chegar no auge na Olimpíada.
Nathalie Moellhausen, da esgrima
“O atleta é como um artista, um artista plástico ou um chef de cozinha (falando de setores que eu amo e curto além do esporte). É preciso rever a própria obra ou coleção ou receita ou preparação técnica, pesquisar novas ideias e estratégias e se relançar no mercado com algo que seja inovador e inesperado. Este é o meu jeito de trabalhar a minha arte. Para Tóquio, estou trabalhando novas técnicas, além do preparo físico e mental. É preciso evoluir, porque dessa forma encontro motivação para continuar diariamente. Para mim, Tóquio não é amanhã, é o presente, o dia a dia… E, como todo artista, também gosto de guardar um pouco do segredo, até mostrar o resultado de forma efetiva. E isso pode acontecer no dia 25 de julho e ali saberei se a direção tomada concluiu uma nova obra.”
Henrique Avancini, do ciclismo mountain bike
“O principal desafio nessa reta de aproximação dos Jogos Olímpicos é manter o equilíbrio entre a preparação, recuperação e as cargas entre as viagens. Os Jogos Olímpicos de Tóquio acabam adicionando alguns fatores diversos em relação à normalidade do calendário, então o planejamento como um todo é o maior desafio. É um ano em que a disposição e a demanda sempre acabam aumentando um pouco, principalmente se você já está em evidência, então vejo isso como a parte que, para o atleta, é mais desafiador: se manter organizado e manter suas prioridades em dia.”
Tatiana Weston-Webb, do surfe
“Estarei focada na Olimpíada e tem o título mundial, mas uma medalha de ouro olímpica não tem comparação e esse será o grande objetivo. Eu, minha equipe, minha família e o Time Brasil estamos planejando começar o ano super forte, priorizando o que pode ser melhorado, para chegar lá pronta e com mais chances de ouro. Minha programação não mudará radicalmente, só farei mais treinos e testes físicos para aperfeiçoar o que pode ser melhorado. Vou trabalhar muito a questão de prancha, em onda pequena, porque o Japão não é um dos melhores lugares para surfar e quero estar preparada para qualquer situação. Agora é fortalecer e melhorar. Estarei pronta no começo da Olimpíada.”
Duda Lisboa, do vôlei de praia
“Para esses meses que faltam, eu quero ficar bem focada. Sei que os Jogos Olímpicos têm uma energia diferente dos outros campeonatos, mas estamos treinando para isso. Já estamos acostumadas a enfrentar as duplas que estarão por lá, não terá nada de diferente com relação a isso. Nervosismo vai ter, medo vai ter, mas é só fazer o que a gente treinou, tanto fisicamente, quanto mentalmente. Quero entrar lá para fazer o que sei e aproveitar ao máximo, porque é um sonho, um momento incrível.”
Pamela Rosa, do skate
“Estou muito focada nos campeonatos que ainda tenho no decorrer de 2020, porque ainda não está nada certo sobre quem vai para a Olimpíada. Estou muito dedicada para estar lá. Tenho muitas competições que já começam agora em fevereiro. Estou cuidando muito do meu corpo, treinando bastante e procurando sempre evoluir para chegar em Tóquio bem e sem lesões. Estou muito ansiosa, mas o meu foco é poder participar dos campeonatos e ficar em uma boa colocação para poder estar lá em julho representando o Brasil. Se Deus quiser vai dar tudo certo e estaremos lá representando o Brasil. Eu, as meninas e os meninos que também estão correndo atrás.”
Bruno Schmidt, do vôlei de praia
“O objetivo para esse período é a gente estar bem esperto. Eu, principalmente, sou um atleta quatro anos mais velho do que estava na edição passada. O físico tem contado muito para o vôlei de praia, mas tenho a ajuda de um parceiro que é uma máquina. O Evandro é um cara que esbanja físico na nossa parceria. Acho que a gente está crescendo junto. É nosso principal objetivo, nesse curto prazo, melhorar a nossa sintonia, alguns ajustes na parte defensiva, coisas bem técnicas da nossa modalidade mesmo. Mas, o resto é esbanjar motivação e empolgação, que é o que ajuda a deixar essa fase ficar mais fácil. Eu gosto desse ano, vai ser uma preparação bem prazerosa, curta. Vamos buscar chegar a cada etapa se sentindo melhor, aproveitando ao máximo essa vantagem de ter uma classificação prévia.”
Fonte: Estadão