As bolsas da Europa fecharam em queda nesta segunda-feira, 27, em meio ao temor generalizado de que o surto do novo tipo de coronavírus impacte a economia global. Com a mesma velocidade que o vírus se espalha, atingindo 15 países, aumentam os receios dos investidores internacionais e a aversão a risco, principalmente com aumento no contágio. São mais de 2.835 casos e 81 mortes confirmadas na China. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 2,25%, a 414,09 pontos.
Hoje, a mídia chinesa informou que o prefeito de Wuhan e o secretário do Partido Comunista da China na cidade colocaram o cargo à disposição após críticas de que houve lentidão nas informações sobre o novo vírus. O prefeito afirmou que mais de 5 milhões de pessoas deixaram a região antes do fechamento da cidade. A China decidiu estender o feriado do ano-novo Lunar em mais três dias, para evitar deslocamentos dos cidadãos. O presidente americano, Donald Trump, chegou a oferecer ajuda ao país asiático.
O índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, que havia se recuperado na última sexta-feira, caiu 2,29%, a 7.412,05 pontos. Em Frankfurt, o DAX caiu 2,74%, a 13.204,77 pontos. Em destaque, estão as ações de companhias aéreas que devem ser impactadas com possíveis adiamentos de voos, rotas canceladas e destinos turísticos restritos diante dos riscos de contágio do vírus de Wuhan. As ações da Lufthansa apresentaram desvalorização de 4,33% hoje, enquanto a Air France caiu 5,64%. A IAG, que controla a British Airways, teve perdas de 5,48% e os papéis da britânica de baixo custo Easyjet caíram 4,92%. O CAC 40, da Bolsa de Paris, recuou 2,68%, para 5.863,02 pontos.
Em relatório enviado a clientes, o Rabobank chama atenção para o risco de mais casos aparecerem pelo mundo. “Há evidências de que o vírus tem um período de incubação de cerca de duas semanas antes dos infectados começarem a apresentar sintomas. Isso implica que o número das pessoas afetadas provavelmente aumentará ainda mais”, avalia o banco.
No cenário doméstico do Velho Continente, houve apenas a divulgação do índice de sentimento das empresas alemãs, que sofreu uma queda inesperada de 96,3 pontos em dezembro para 95,9 pontos em janeiro, o que ajudou a derrubar ainda mais a Bolsa de Frankfurt.
Na Itália, repercute a notícia de que a Liga, partido do ex-primeiro-ministro Matteo Salvini, não obteve vitória nas eleições regionais da região de Emília-Romanha. Em Milão, o índice FTSE MIB caiu 2,31%, a 23.416,13 pontos. O Ibex 35, de Madri, registrou queda de 2,05%, a 9.366,30 pontos. O PSI 20, de Lisboa, terminou com queda de 2,04%, a 5.178,89 pontos, na mínima do dia.
Fonte: Estadão