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Secretário de Cultura na berlinda

Por Gabriel Caldeira e Pedro Caramuru

Após protagonizar vídeo com referências nazistas para a divulgação do Prêmio Nacional das Artes, o secretário especial de Cultura, Roberto Alvim, se tornou alvo nas redes sociais. Às 10h, “Goebbels” aparecia em terceiro lugar dos assuntos mais comentados no Twitter, “Roberto Alvim” em quinto, “Nazista” em oitavo, “Cultura” em nono e “Wagner” em décimo. As ocorrências ficavam abaixo de “Enem” e “BlackSwan”, trilha musical de grupo sul-coreano.

Em vídeo compartilhado nesta quinta-feira, 16, Alvin faz referência a trechos do ministro de Propaganda nazista, Joseph Goebbels, em que diz que “a arte será nacional” ou “então não será nada” ao som de um trecho da ópera Lohengrin de Wagner. A ópera é elogiada na autobiografia do ditador nazista Adolf Hitler, Minha Luta. “Senti-me imediatamente cativado pela música”, escreveu o alemão.

Defesa

Pelo Facebook, o secretário afirmou que é “foi apenas uma frase do meu discurso a qual havia uma coincidência retórica” e que “não o citei (Goebbels) e jamais o faria”. Apesar da declaração, Alvim ressalva: “Mas a frase em si é perfeita: heroísmo e aspirações do povo é o que queremos ver na Arte nacional”.

Repercussão

O deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) classificou o pronunciamento de Alvim como “absurdo” e “nauseante” e pediu a demissão do secretário. “Fala de Roberto Alvim é absurda, nauseante: o Estado não define o que é e o que não é cultura! Já um governo define quem dele faz e quem dele não faz parte. Quem recita Goebbels e faz pronunciamento totalitário não pode servir a governo nenhum no Brasil e deve ser demitido. Já!”, escreveu o deputado no Twitter.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) estendeu as críticas ao discurso de Alvim para o governo. Segundo ela, a fala do secretário especial de Cultura “escancara de vez a face neonazista e criminosa do desgoverno de Jair Bolsonaro”.

A deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (RS), avalia que o vídeo “mostra grau de ocupação ideológica em órgãos públicos e flerte do governo com o fascismo/nazismo”.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), classificou o episódio como “inaceitável” e afirmou que “o secretário da Cultura passou de todos os limites”. Para Maia, “O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo.”

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) afirmou que “caso o ministro não seja demitido de imediato usaremos nossas prerrogativas no Senado para convocar o ministro para que ele explique e seja responsabilizado por ação tão indecente”.

 

Fonte : Estadão

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