O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 169,2 pontos em janeiro, alta de 4,8 pontos frente ao mês anterior (2,9%). O índice atingiu o maior nível desde maio de 2018. De acordo com a organização, os preços internacionais de todos os principais cereais aumentaram em janeiro.
“Os preços do trigo tiveram forte alta, apoiados por um ritmo mais rápido de compra de vários países em meio a embarques lentos da França e os relatos de uma possível introdução de uma cota de exportação pela Rússia até 30 de junho de 2020”, destacou a FAO. O milho também permaneceu em alta expressiva em janeiro, refletindo a forte comercialização e o aperto sazonal da oferta nos países exportadores do Hemisfério Sul. A organização informou ainda que os preços internacionais do arroz também aumentaram com as preocupações com o reflexo do clima na produção dos principais exportadores.
O levantamento mensal da FAO também apontou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais registrou média de 176,3 pontos em janeiro, aumento de 11,6 pontos (7%) em comparação com dezembro, atingindo o maior nível dos últimos três anos.
O aumento, segundo a FAO, foi impulsionado pelos valores mais firmes do óleo de palma, além da alta dos preços dos óleos de soja, canola e de girassol. “Os preços internacionais de óleo de palma aumentaram pelo sexto mês consecutivo, sustentados pelas perspectivas de redução da oferta global em meio à forte demanda do setor de biodiesel”, enfatizou a entidade.
As cotações dos óleos de soja e girassol também continuaram subindo, puxados pela demanda robusta de importação somada à oferta de exportação inferior à prevista. Enquanto isso, as cotações de óleo de canola subiram para o maior patamar desde maio de 2014, refletindo o aperto contínuo nos suprimentos globais.
“No entanto, os preços em todo o complexo de óleos vegetais devem perder força, refletindo amplamente as incertezas sobre as implicações do acordo comercial entre Estados Unidos e China e preocupações sobre o possível impacto do coronavírus na economia No caso do óleo de palma, as tensões comerciais entre a Índia e a Malásia também pesam sobre os preços”, destaca a organização.
Na sondagem mensal da FAO, o subíndice de preços das Carnes apresentou média de 182,5 pontos em janeiro, o que indica queda de 7,5 pontos (4%) em relação a dezembro, “representando a primeira baixa após onze aumentos contínuos”. Nesse nível, o subíndice supera em 22,4 pontos (14%) o valor registrado no mesmo mês do ano passado.
Conforme a FAO, as cotações de todos os tipos de carne registraram queda em janeiro. Contudo, os preços das carnes ovina obtiveram maior baixa. Segundo a organização, os preços das proteínas foram pressionados por retração nas importações, especialmente da China e do Extremo Oriente, após compras expressivas no fim de 2019. “Além disso, as grandes disponibilidades de exportação, principalmente de carnes suína e bovina, pesaram nos preços de exportação nas últimas semanas”, explica a FAO.
O subíndice de preços de Laticínios, por sua vez, registrou média de 200,6 pontos em janeiro, alta de 1,8 ponto (0,9%) em relação ao registrado em dezembro. Nesse nível, o subíndice está 18,5 pontos (10,2%) acima do mês correspondente do ano passado.
Em janeiro, as cotações internacionais da manteiga, queijo e leite em pó desnatado aumentaram, refletindo a forte demanda de importação, combinada com oferta no físico limitada na Europa e na Oceania. “A baixa produção sazonal de leite na Oceania forneceu suporte adicional aos preços. Por outro lado, as cotações de leite em pó integral caíram, refletindo a demanda global limitada durante a primeira metade do mês”, informa a FAO
A organização calculou, ainda, que o subíndice de preços do Açúcar ficou, em média, em 200,7 pontos em janeiro, alta de 10,4 pontos (5,5%) em relação a dezembro. “Marcando o quarto aumento mensal consecutivo e o nível mais alto desde dezembro de 2017”, ressalta a FAO.
Segundo a entidade, a alta mensal foi impulsionada pelas expectativas de queda de 17% na produção da Índia, 66% na colheita no Brasil e 25% na safra do México. “No entanto, as recentes quedas nos preços do petróleo e a contínua valorização do dólar ante o real limitaram a extensão do aumento nos preços internacionais do açúcar”, pondera a organização.