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Para coordenadora da Busca Ativa Escolar, combate à exclusão social é o maior desafio

Ao apresentar o vídeo Vida Maria, que retrata a reprodução do ciclo de abandono dos estudos por parte de crianças nascidas nas áreas rurais mais pobres do país, a coordenadora da Busca Ativa Escolar no município de Lucas do Rio Verde, professora Linda Andrade, lembrou que fica emocionada todas as vezes que assiste a exibição do curta metragem porque ela própria poderia ter sido mais uma das Marias mostradas no filme.

“Minha vida é uma exceção. O fato de eu ter conseguido dar continuidade aos estudos e ter me formado em Biologia resultou de muito esforço para vencer esse tipo de ciclo ainda enraizado em muitas comunidades rurais onde a presença do Estado quase inexiste. Por isso, acionar a Busca Ativa Escolar é uma forma de assegurar o direito dessas crianças frequentarem a escola e de combater a exclusão social por meio de uma educação verdadeiramente transformadora”, defende.

A exibição do vídeo foi feita durante a reunião promovida sexta-feira, 07, no auditório da Prefeitura, pelas secretarias municipais de Educação, de Assistência Social e de Saúde com o intuito de informar a sociedade e ampliar a participação de voluntários capacitados no grupo mobilizador da plataforma criada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para reduzir o número de crianças ou adolescentes entre 4 e 17 anos fora das redes de ensino.

Outro aspecto realçado pela coordenadora da Busca Ativa Escolar diz respeito às dificuldades para localizar quem se encontra fora da escola em um município que cresce muito acima da média e recebe todos os dias famílias vindas de diferentes regiões do país atrás de novas oportunidades. Uma das medidas para dar conta do problema será a utilização dos bancos de dados do Censo Educacional como suporte para planejar as ações das equipes de campo que reúnem 33 servidores públicos voluntários – entre professores, assistentes sociais, agentes de saúde, gestores, coordenadores e secretários escolares.

Articuladora do Selo Unicef no município, a assistente social Gisele Bellotti de Rezende apresentou como funciona a estratégia adotada pelo órgão mundial para o fortalecimento das políticas públicas e da presença do Estado para reduzir as desigualdades sociais e transformar a realidade de exclusão que, somente no Brasil, de acordo com o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atinge quase quatro milhões de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos que não frequentam unidades educacionais.

Um dos efeitos mais graves da exclusão social e do distanciamento dos bancos escolares, segundo a secretária de Educação, Cleusa Marchezan De Marco, é o grande número de crianças e adolescentes assassinadas no Brasil. “Precisamos mapear onde estão essas nossas crianças e jovens para evitar que façam parte dessa estatística assustadora. Somente a escola é capaz de protegê-los e diminuir o risco de se tornarem outras Marias, que têm suas habilidades e potencialidades reprimidas desde cedo e crescem sem chance alguma de desfrutar de seus direitos e muito menos da vida”, observa.

Para a secretária de Assistência Social, Lucileide Gurka, é indispensável a soma de todas as forças organizadas da sociedade luverdense para dar conta de tamanho desafio. “Nosso município tem se destacado na área educacional e por isso temos a obrigação de combater qualquer forma de exclusão social. Além dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, as instituições da sociedade civil devem estar engajadas nessa luta que precisa de muitos voluntários para ser vitoriosa”, adverte.

O objetivo da plataforma da Busca Ativa Escolar – que pode ser acessada por meio da internet em qualquer aparelho como computadores, tablets e celulares – é fazer com que as pessoas ou grupos voluntários comuniquem qualquer identificação de caso para que as providências sejam tomadas pelos órgãos competentes.

Fonte: Ascom Prefeiura

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