O avião de pequeno porte que caiu no mar em Guarujá, no litoral de São Paulo, permanece há mais de uma semana no mesmo local do acidente, que aconteceu na Praia do Tombo, no último dia 25. A previsão, dada pela prefeitura, é que a empresa responsável deveria retirar a aeronave do mar até a última terça-feira (3), prazo que não foi cumprido. Possíveis danos ambientais devem ser investigados.
O avião caiu no mar da Praia do Tombo no início da tarde do dia 25 de fevereiro. Apesar do susto, o piloto teve apenas ferimentos leves e foi socorrido por uma ambulância. Uma possível falha no motor causou a queda, apontou a vítima.
Desde o dia da queda, o avião permanece no fundo do mar de Guarujá. A empresa responsável deveria ter retirado a aeronave até a última terça-feira (3), de acordo com o prazo dado pela Prefeitura de Guarujá, mas o prazo não foi cumprido.
De acordo com a administração municipal, um possível dano ambiental está sendo investigado e, a princípio, será aguardado o cumprimento da retirada do avião pelo responsável para avaliação.
Por conta disso, a Bandeira Azul conquistada pelo município, documento que comprova que a área cumpre requisitos relacionados à qualidade e sensibilidade ambiental, segurança, bem-estar, infraestrutura e informações, só voltará a ser hasteada após a retirada da aeronave e avaliação.
Segundo a administração municipal, a medida segue a orientação do Instituto Ambientes em Rede, responsável pela certificação socioambiental da certificação no país. Procurado pelo G1, o secretário de Meio Ambiente da cidade, Sidnei Aranha, diz que estão sendo tomadas medidas de cautela. “Suspendemos [o hasteamento da Bandeira Azul] para garantir que nenhum destes critérios não seja cumprido”, diz.
Segundo Aranha, se o combustível da aeronave vazar, poderá causar um impacto ambiental para os animais marinhos que vivem no entorno. “Não temos indícios nesse momento de qualquer tipo de impacto, mas sabemos que há sim a possibilidade de ocorrer esse dano ambiental. Por isso, estamos acompanhando a retirada do avião, que depende das condições climáticas”, diz.
Em nota, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informou que não foi acionada e o caso está sendo acompanhado pela secretaria municipal de Meio Ambiente do Guarujá.
“Embora a CETESB não tenha sido acionada, em contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente teve a confirmação de que não houve vazamento de combustível, portanto, não foi constatado dano ambiental. O trabalho de resgate está sendo acompanhado pela referida secretaria”, finalizou.
Rebatendo o posicionamento da Cetesb, Aranha disse que “lamenta a resposta do órgão”. “É notório que todo efetivo da Prefeitura de Guarujá está empenhado no resgate das vítimas do desastre ambiental ocorrido em nossa cidade. A queda do avião ganhou repercussão nacional, portanto, é dever da Cetesb, mesmo sem contato da Semam, tomar as providência necessária para manter a balneabilidade das praias do litoral paulista.”
O secretário diz, ainda, que a Semam entrou em contato com a empresa responsável pela aeronave e foi informada que, tão logo as condições de maré sejam favoráveis, o avião será resgatado.
A Marinha do Brasil informou que foi até o local no dia da queda e verificou que o avião não oferece risco à navegação. Explica ainda que, por não atrapalhar embarcações, não existe nenhuma ação da Marinha, e o caso fica sob responsabilidade da Força Aérea Brasileira (FAB).
Fonte : G1.com.br