A bolsa de valores brasileira, a B3, enfrentou mais um dia de forte turbulência nesta quinta-feira (12) e registrou a maior queda diária em quase 22 anos, acompanhando a deterioração dos mercados financeiros globais em razão dos últimos desdobramentos ligados à pandemia do novo coronavírus.
As negociações chegaram a ser suspensas duas vezes nesta sessão, o que não acontecia desde a crise de 2008.
O Ibovespa recuou 14,78%, a 72.582 pontos, para o patamar mais baixo desde 28 de junho de 2018 (71.766 pontos). Foi a maior queda diária desde 10 de setembro de 1998, quando a bolsa despencou 15,82%, e o mundo lidava com os efeitos da crise da Rússia.
Na sessão desta quinta, as negociações na bolsa de valores foram suspensas, pela primeira vez, às 10h22, quando o Ibovespa caía 11,65%. A paralisação foi de meia hora.
Pouco depois, às 11h12, o Ibovespa recuou 15,43%, a 72.026 pontos, quando foi acionado o 2º “circuit breaker” do dia – sistema que interrompe os negócios automaticamente quando a queda supera 15%. A paralisação foi de 1 hora.
Foi a 4ª vez na história da B3 que os negócios foram paralisados duas vezes na mesma sessão. A última paralisação de 1 hora por queda de mais de 15% tinha ocorrido em 6 de outubro de 2008. Foi também a 4ª suspensão das negociações numa mesma semana – e a primeira vez que isso aconteceu.
Entre as principais baixas desta quinta, Petrobras teve queda de 18,93%. Azul PN derreteu 31,57% Gol PN perdeu 35,08%.
A intensidade da queda da bolsa brasileira diminuiu após o Federal Reserve (Fed, banco central) de Nova York anunciar que ofertará mais US$ 1,5 trilhão por meio de operações de recompra de títulos para dar liquidez e alívio os mercados.
O dólar, por sua vez, chegou a passar de R$ 5 nesta quinta, mas a disparada perdeu força após uma atuação mais forte do Banco Central com leilões de dólares em moeda à vista.