A temporada de 2019 foi de superávit no Santos. De acordo com o balanço divulgado pelo clube em seu site oficial, o clube teve lucro de R$ 23.501.142,00 no ano passado, algo que foi possível especialmente pela venda do atacante Rodrygo ao Real Madrid – o clube espanhol pagou 40 milhões de euros pela transação.
O documento, afinal, aponta que o Santos teve receitas extraordinárias, com a venda e negociação de jogadores, de R$ 204.639.393,00 em 2019. Além disso, as denominadas “receitas recorrentes” foram de R$ 184.045.003,00. A metade desse valor foi obtido com a negociação dos direitos de transmissão para TV e a publicidade estática, somando R$ 92.876.604,00. Já a premiação pelos resultados esportivos em campo foi de R$ 32.375 624,00.
No item despesas, as administrativas recorrentes somaram R$ 29 673.803,00, variação 15,21% acima do estimado no orçamento do clube. Já os custos operacionais recorrentes atingiram R$ 235 444.603,00, 28,46% acima da previsão do Santos para 2019. Desse valor, R$ 170.592.852,00 foram gastos com pagamento da folha salarial, direitos de imagem e gratificações. O “estouro” do valor orçado foi de 13,27%.
A diretoria, presidida por José Carlos Peres, buscou justificar o gasto acima do planejado com o investimento em contratações e a boa campanha no Campeonato Brasileiro – o time foi vice-campeão nacional, só atrás do Flamengo.
“O consolidado do ano fechou com R$ 19,98 MM (13,27%) acima do orçamento, em decorrência dos investimentos na qualificação do elenco. Importante citar que o SFC conquistou o vice campeonato brasileiro com expressivos 74 pontos. Maior pontuação do SFC na era dos pontos corridos. Boa parte destes investimentos vão se reverter em receitas futuras para o clube com a valorização dos atletas e a maximização dos potenciais de venda”, afirmou o clube no documento.
Além do bom desempenho no Brasileirão, que rendeu uma vaga na fase de grupos da Copa Libertadores de 2020, o Santos foi semifinalista do Campeonato Paulista, caiu nas oitavas de final da Copa do Brasil e acabou sendo eliminado logo na primeira fase da Copa Sul-Americana no ano passado.
O balanço, disponibilizado no site oficial do clube, precisa ser aprovado pelo Conselho Fiscal do Santos para ser publicado, o que, de acordo com a legislação, precisa ocorrer em um mês, até 20 de abril.
Este é o segundo balanço dos três anos da gestão de José Carlos Peres à frente do Santos. O primeiro, de 2018, apresentou déficit de R$ 67 milhões, com as contas sendo reprovadas. Por isso, o clube teria reunião do Conselho Deliberativo na última segunda-feira para discutir o parecer da Comissão de Inquérito e Sindicância pedindo o impeachment do presidente. O encontro, porém, foi cancelado por causa do surto de coronavírus.
Fonte: Estadão