Na República, um bar na Rua Bento Freitas baixou parcialmente as portas, mas não conseguiu esconder um cliente que comia um pão na chapa e tomava um café no balcão. Questionado, um funcionário disse que está servindo apenas uma pessoa por vez dentro do estabelecimento e a maioria dos atendimentos são por delivery.
Caso semelhante ocorreu na Rua Xavier de Toledo. O restaurante impedia a entrada de clientes na área interna criando uma espécie de barreira de mesas, nas quais servia cachaça e cerveja em copos de vidro para dois clientes – ambos idosos. Os funcionários falaram que era “exceção” por se tratar de “amigos da casa”. “Minhas filhas não sabem (que está fora de casa). Se soubessem, tinham me amarrado no pé da cama”, disse um cliente, de 72 anos.
Ontem, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse que a gestão municipal está com 2 mil fiscais das subprefeituras e denúncias podem ser feitas pelo serviço 156. A orientação é fechar o local infrator e, em caso de reincidência, cassar o alvará e encaminhar o caso para a Polícia Civil. “Não é questão de responsabilidade exclusiva do poder público, embora a gente não abra mão da nossa responsabilidade, mas é também da população”, afirmou.
Moradores e frequentadores da região central dizem que o movimento cresceu nos últimos dias. “Está um absurdo. Antes de ontem, você olhava aqui (Largo do Paiçandu) e não via um carro subindo”, diz o empresário Sérgio Schumann, de 67 anos. Já na Vila Madalena, era raro encontrar um pedestre e grande parte dos bares e restaurantes estava fechada.