O x-BBB e ex-candidato a deputado federal, o cirurgião plástico Marcos de Oliveira Harter deve permanecer afastado de clínicas e salas cirúrgicas, conforme decisão do médico Ivo Antônio Vieira, conselheiro instrutor do Conselho Regional de Medicina (CRM), que manteve a medida cautelar de suspensão do exercício profissional.
Harter está suspenso de exercer a profissão em Mato Grosso desde 30 de janeiro deste ano. Segundo o Conselho, ele violou regras da profissão ao divulgar, em suas redes sociais, valores para colocação de próteses de silicone. Nos anúncios, o ex-BBB disse que poderia custar até R$ 6.950 mil.
O cirurgião plástico também responde outra ação por aparecer em fotos comendo ao lado de paciente em meio a um procedimento cirúrgico. O que, para Conselho, fere as normas sanitárias e o bom exercício da profissão.
Em decisão, Harter argumenta que a punição cautelar se mostra desarrazoada e desproporcional. Nega que as publicações em seu Instagram tenham cunho mercantilista, mas sim educativo. “Nunca houve intenção do recorrente em mercantilizar o ato médico, mas sim, repita-se, informar e educar pessoas interessadas acerca da adoção desses procedimentos, sendo as publicações de caráter científico, pedagógico e os preços expostos dentros dos valores de mercado”, diz.
A Secretaria Municipal de Saúde de Sinop (a 500 km de Cuiabá) também entrou na história. A pasta pediu ao CRM que libere o cirurgião para atuar na área de clínica médica por conta da pandemia de coronavírus. Por isso, propôs que Harter seja desinterditado parcialmente para atuar no SUS do município, já que a demanda por profissionais é necessária.
Na decisão, o conselheiro Ivo considerou que as alegações trazidas por Harter precisam ser reconsideradas em plenária do Conselho. Pontua que o cirurgião não apresentou fatos novos que possam reverter o afastamento cautelar. “As atitudes do referido profissional transforma a medicina em mercado por sua conduta inapropriada”, avalia.
Ivo também destacou os ataques de Harter ao Conselho Federal de Medicina nas redes sociais, “com vocabulário chulo e impróprio para um profissional médico”. Pontua ainda que, mesmo suspenso, ele ainda tem feito publicidade de sua atividade. Aponta também que ele joga pacientes contra o Conselho.
Sobre o pedido da Secretaria de Sinop, Ivo determinou que Harter envie em até 10 dias documentação de vínculo trabalhista com a Prefeitura. Caso seja compravado o interesse público, a decisão da liberação parcial pode ser dada. Caso contrário, a liminar de afastamento das funções permanece até que o plenário decida pelos pedidos do cirurgião.