A continuidade do fechamento da curva de juro, que reflete a percepção de aumento das chances de corte de 50 pontos-base da Selic em maio, pode contribuir ainda para amenizar a pressão no mercado de câmbio.
No radar está o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participa de videoconferência com parlamentares (18h30) e que, na segunda-feira, ajudou no recuo das taxas com sinalização de que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode cortar mais agressivamente a Selic.
Além disso, o mercado monitora a flexibilização no isolamento social pelo País e a agenda do Congresso. O Senado realiza sessão hoje sobre o projeto de lei, que altera regras do auxílio emergencial.
Na Câmara, está na pauta a votação do projeto de lei do Senado, que cria uma linha de crédito a micro e pequenas empresas durante a pandemia e prevê a destinação de R$ 10,9 bilhões do Tesouro para operacionalizar o financiamento. Fica no radar ainda a movimentação da ala militar do governo por uma aproximação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, após a participação do presidente Jair Bolsonaro em atos antidemocráticos contra Maia, o Congresso e o STF, no domingo.
Há expectativas também pelo posicionamento do novo ministro da Saúde, Nelson Teich, sobre o distanciamento social. Ontem, o Ministério da Saúde confirmou mais 166 mortes ocasionadas pelo novo coronavírus, totalizando 2.741 óbitos no País. O total de casos soma 43.079.
O governador João Doria (PSDB) em seu Twitter na última segunda-feira, 20, disse que o governo paulista prepara um plano de saída da quarentena a ser anunciado hoje, dia 22. Entretanto, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Doria afirmou que os detalhes desse plano só serão divulgados no dia 8 de maio, dois dias antes do fim da quarentena em São Paulo.
Ao menos sete Estados – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Espírito Santo, Paraíba, Sergipe e Tocantins – e o Distrito Federal já afrouxaram desde a semana passada o distanciamento social, adotado para conter o avanço do coronavírus no Brasil. Infectologistas recomendam cautela nos planos de retomada em meio ao cenário de colapso na rede pública de saúde em vários Estados, como São Paulo, Ceará e Amazonas, entre outros.
Às 9h39, o dólar à vista subia 0,78%, a R$ 5,3490, na máxima. O dólar para maio avançava 0,57%, a R$ 5,3525.