Nos Estados Unidos, as vendas no varejo despencaram 8,7% em março, nível recorde de queda. A produção industrial recuou 5,4%, a maior baixa mensal desde 1946 e o índice de atividade manufatureira do Federal Reserve de Nova York recuou para o menor nível da história. Além disso, alguns balanços corporativos divulgados desde ontem, sobretudo dos grandes bancos americanos, vêm trazendo resultados mais fracos que o previsto.
Os números recentes vieram em um momento de já elevada preocupação com a atividade econômica mundial após o Fundo Monetário Internacional (FMI) ter alertado ontem para a chance de o Produto Interno Bruto (PIB) mundial registrar o pior desempenho anual desde a recessão de 1929.
“O terrível cenário econômico alimenta o sentimento de fuga de risco e fortaleceu o dólar hoje”, afirmam os estrategistas de moedas do banco americano Brown Brothers Harriman (BBH). Além do dólar, o franco suíço e o iene japoneses, duas moedas consideradas como porto seguro pelos investidores internacionais também ganharam força hoje.
Neste momento, ninguém tem certeza de como se dará a recuperação da economia mundial quando as paralisações começarem a serem relaxadas, se em forma de “V”, “U” ou “W”, afirma o gestor e diretor do BTG Pactual, Will Landers. Por conta da crise, ele contou em evento hoje que reduziu a exposição em seus fundos ao Brasil e está buscando neste momento de maior incerteza ativos mais defensivos.
Os dados mais recentes do Banco Central divulgados hoje seguiram mostrando saída de capital do Brasil. Só na semana passada, saíram US$ 233 milhões pelo canal financeiro. No mês de abril, até o dia 9, as saídas somam US$ 3,5 bilhões por este canal.
Nos emergentes, os dados do Instituto Internacional de Finanças (IIF), formado pelos 450 maiores instituições financeiras do mundo, com sede em Washington, mostram que a saída de recursos de investidores estrangeiros dos mercados de bolsa e renda fixa desde o início da crise do coronavírus, em 21 de janeiro, bateu em US$ 100 bilhões.