Apesar da queda, o resultado trimestral é 1,0 ponto superior ao trimestre anterior. Em médias móveis trimestrais, o indicador interrompe trajetória positiva ao recuar 2,4 pontos em relação a fevereiro. “O resultado de março mostra os primeiros efeitos da pandemia de coronavírus na perspectiva sobre o mercado de trabalho. Essa foi a segunda maior queda da série histórica, ficando atrás apenas da ocorrida na crise de 2008-09. O cenário negativo deve persistir nos próximos meses, considerando o crescente aumento de incerteza no país”, afirma Rodolpho Tobler, economista da FGV IBRE.
Segundo a FGV, os sete componentes do IAEmp recuaram em março, com cinco registrando pelo menos queda de 7,0 pontos. As maiores quedas vieram dos indicadores que medem as expectativas para os próximos seis meses e o que mede a situação corrente dos negócios, ambos no setor de Serviços, que recuaram 24,0 e 15,0 pontos, na margem, respectivamente.
ICD em alta
Já o Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) subiu 0,6 ponto em março, para 92,5 pontos. O ICD é um indicador com sinal semelhante ao da taxa de desemprego, ou seja, quanto maior o número, pior o resultado. Em médias móveis trimestrais, mantém-se tendência decrescente, ao recuar 0,9 ponto. Já o IAEmp sugere expectativa de geração de vagas adiante, quanto maior o patamar, mais satisfatório o resultado.
“O ICD registrou um aumento tímido após três meses de resultados positivos. Os efeitos do coronavírus ainda não geraram impacto significativo nos consumidores em março, considerando que as medidas de isolamento foram tomadas a partir do dia 15. Contudo, é possível supor uma piora do indicador nos próximos meses, à medida que for ficando mais claro os impactos na economia”, prevê Rodolpho Tobler.
Em março, o aumento do ICD foi influenciado por três das quatro classes de renda familiar. A maior contribuição para o resultado do ICD foi dada pela classe familiar com renda entre R$ 2.100 e R$ 4.800, cujo Emprego Local Atual (invertido) variou negativamente em 4,6 pontos na margem.