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Futebol – Campeonato Espanhol

Os jogadores que disputam o Campeonato Espanhol criticaram neste domingo a decisão da liga nacional de pedir aos clubes para colocá-los na licença do governo durante a crise do coronavírus.

A liga disse na sexta-feira que as licenças eram necessárias porque não havia acordo sobre o tamanho dos cortes salariais que os jogadores devem sofrer para reduzir o impacto financeiro da pandemia. “É estranho que La Liga apoie”, afirmou a Associação dos Jogadores da Espanha em um comunicado.

Eles disseram que a liga deveria ter criado um colchão financeiro para este período considerando que sempre se gabou de suas “medidas de controle econômico” e da “economia equilibrada” dos clubes espanhóis. A associação declarou também que deve se levar em consideração que a liga foi temporariamente suspensa e ainda não cancelada.

A liga e a associação de jogadores estiveram em negociações para tentar encontrar maneiras para mitigar perdas que poderiam chegar a quase 1 bilhão de euros (aproximadamente R$ 5,78 bilhões) se a temporada não puder ser reiniciada por causa da pandemia.

Os jogadores disseram que concordam com uma redução salarial para ajudar os clubes durante a crise, mas não na medida em que a liga deseja. Os atletas disseram que querem continuar negociando diretamente com seus times, ao invés de forçosamente entrarem em licença.

“Os clubes e os jogadores chegaram a um acordo em relação ao salários”, declarou a associação. “O que os jogadores de futebol não vão fazer é renunciar aos direitos trabalhistas”.

Barcelona e Atlético de Madrid estão entre os clubes espanhóis que solicitaram a licença, mas ambos negociaram diretamente o valor da redução salarial com os jogadores – 70% em ambos os casos. Os times e atletas estão contribuindo para garantir que os salários dos demais funcionários não sejam afetados.

A liga havia dito que clubes e jogadores estavam distantes de um acordo sobre os cortes salariais. As reduções que estão sendo discutidas variaVam, dependendo dos clubes, e também se eles estavam jogando a Liga dos Campeões ou a Liga Europa.

As licenças do governo ajudam a reduzir os custos trabalhistas dos clubes, além de garantir aos jogadores seus empregos assim que a crise terminar. A Espanha tem mais de 130 mil casos confirmados de covid-19, com quase 12.500 mortes. A população deve permanecer em confinamento até 26 de abril.

Não há previsão para o retorno da liga espanhola, liderada pelo Barcelona a 11 rodadas do fim. Os jogadores mantiveram a posição de retomar a competição apenas quando as autoridades sanitárias considerarem seguro para todos, uma visão compartilhada pela liga espanhola.

“Nos reunimos com todos os capitães das equipes da primeiro e segunda divisões e a mensagem é clara: a saúde é mais importante do que qualquer coisa”, disse David Aganzo, presidente da Associação dos Jogadores da Espanha. “Exigem segurança máxima para si, para suas famílias e para todos mais no mundo dos esportes”.

A liga sugeriu que recomendaria as equipes retomarem os treinamentos enquanto a quarentena ainda estiver em vigor, se for possível fazê-lo dentro das restrições impostas pelas autoridades.

 

Por Estadão

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