A Secretaria Municipal de Educação de Lucas do Rio Verde encaminhou uma pesquisa na semana passada para saber, entre outras questões, o que os pais e responsáveis pensam sobre a volta do ensino presencial e o receio de contágio dos filhos pelo Covid-19 fez com que quase 70% dos 5.775 respondentes rejeitassem o retorno mais imediato e optassem por outras datas posteriores ao dia 04 de maio, prazo até então marcado para o fim da quarenta conforme decreto do governo do Estado e escolhida por 1.746 (30,2%) entrevistados.
Os grupos de Whatsapp criados para cada turma das unidades escolares da rede do município foram o meio usado para fazer a consulta que se estendeu do dia 24 (sexta-feira) até a meia-noite do dia 26 (domingo), pouco antes de o governo do Estado anunciar, na própria sexta-feira, que o período de suspensão das aulas em Mato Grosso previsto para acabar no dia 04 de maio em Mato Grosso seria prorrogado por tempo indeterminado.
A pesquisa se tornou necessária diante de uma conjuntura nacional de incertezas e desencontros no combate à pandemia naquele momento, que culminaria com a saída do ministro da Saúde, e do quadro local de crescente apreensão verificada entre pais e responsáveis e os próprios profissionais do setor com a proximidade da volta às aulas ainda estava marcada para dali a uma semana. “Por mais que o regime online represente um enorme desafio para todos os envolvidos, cada medida deve ser tomada com muita responsabilidade e temos muito claro que o fim da quarentena só pode se dar quando os riscos forem bem reduzidos e as nossas crianças e toda a comunidade puderem voltar a frequentar com a maior segurança possível o ambiente escolar”, avalia a secretária de Educação, Cleusa Marchezan De Marco.
Talvez uma das melhores definições sobre a importância da iniciativa da SME tenha partido da “mãe e cidadã” Licidneia Paula Franco, cujo filho estuda na Escola Eça de Queirós, que resolveu manifestar sua opinião com o envio de um áudio à equipe escolar. “Como gratidão enquanto cidadã e mãe luverdense, transmita à secretária Cleusa, para a equipe e para a gestão, enfim, que eu fiquei extremamente feliz ontem, ao final da tarde, quando recebi um link para que a gente se posicionasse e desse a nossa opinião em relação ao retorno das aulas. Eu achei essa atitude de uma maturidade incrível, de uma percepção, de uma sensibilidade e de uma humanidade enormes e muito bacana. Quero registrar e pedir que você transmita a todos o meu reconhecimento pelo fato dos gestores terem essa preocupação de ouvir o lado do cidadão, de ouvir as famílias, de ouvir de fato o público que compõe a comunidade. Realmente, fiquei muito feliz e admirada pela iniciativa da gestão”, comenta.
Com quatro perguntas e um pedido de avaliação opcional sobre a organização e medidas educacionais durante o período de pandemia, o questionário foi enviado para todos os pais e responsáveis de pouco mais de 8.300 alunos matriculados na Pré-escola (Infantis IV e V) e do Ensino Fundamental (do 1º ao 9º anos) que desde o dia 07 de abril participam do regime especial de aulas virtuais implantado pela Secretaria de Educação do município. Outras 809 crianças (8,8%) que não dispõem dos recursos tecnológicos necessários em casa estão recebendo atividades lúdicas e pedagógicas em materiais impressos pelas próprias escolas.
Os entrevistados puderam escolher entre cinco alternativas com data definida para retomada das aulas presenciais: 04 de maio (conforme estabelecia o decreto até então vigente), 11 de maio, 18 de maio, 25 de maio e 01 de junho. Também podiam assinalar apenas o mês de preferência para retorno, sem dia definido – junho ou julho – ou ainda sugerir uma outra data qualquer. Enquanto 30,2 citaram o dia 04 de maio como resposta, 25,7% escolheram 25 de maio e outros 13,1% optaram por julho, os 31% restantes ficaram divididos entre as demais opções.
“Avalie as aulas não presenciais que seu filho está recebendo”, o quarto quesito, tinha as opções “Ótimo”, “Bom” e “Insatisfatório” como respostas e a avaliação amplamente favorável deve ter tido um peso significativo para a rejeição ao fim imediato do isolamento caseiro. Dos 5.775 respondentes, 92,7% disseram aprovar o método de ensino online (43,4% assinalaram “ótimo” e 49,3% escolheram “bom”) e somente 7,3%, pouco mais de 400 entrevistados, optaram por “insatisfatório” como resposta para a questão.
Em relação ao quinto e último item da consulta, o único opcional, 3.565 pessoas atenderam ao pedido para que fossem feitos comentários, sugestões ou críticas relativas à organização do ensino à distância durante o período de pandemia.
Por Ascom Prefeitura/Neri Malheiros