MT não irá usar recursos do Fethab para combater coronavírus, diz governador

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O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, afirmou nesta quinta-feira, 30, em entrevista exclusiva ao jornal Mercado & Companhia do Canal Rural, que apesar do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT)  ter liberado o uso de recursos do Fundo de Habitação e Transporte (Fethab) no combate ao coronavírus, o estado não irá aderir à sugestão do uso de verbas destinadas para logística.

Combate à Covid-19 

O governador falou também sobre as medidas que está tomando para combater o avanço do coronavírus no estado e sobre o impacto da quarentena na economia local, já que o governa havia emitido um decreto com recomendação às prefeituras do estado para que não adotassem medidas de isolamento no estado.

“Na verdade, no nosso decreto, criamos alguns parâmetros. Ao meu ver, existe uma super exposição desse tema, o que está causando medo, pânico e no meio disso, tenho visto muitas medidas serem tomadas, um pouco antecipada, fora do tempo. Um exemplo disso é que cidades tanto em Mato Grosso quanto no Brasil, que ainda não haviam registrado nenhum caso de coronavírus, e prefeitos e até governadores decretaram o fechamento de todo o comércio. Ou seja, como você cria medidas protetivas se você ainda não tem nenhum caso de contágio. Então isso é uma medida de antecipação, que é correta mas é preciso aplicá-la no momento correto”, explica o governador.

“Então no Estado, adotamos um critério objetivo, que foi: enquanto houver uma taxa de ocupação de leitos de UTI abaixo de 60%, nós estamos recomendando aos prefeitos que não adotem medidas restritivas, mas que ao mesmo tempo adotem medidas de prevenção, para evitar aglomerações, uso de máscaras, aliás, fomos o primeiro estado a tornar obrigatório o uso de máscaras, criamos uma multa, estamos fiscalizando, as pessoas estão aderindo, há locais que vc entra hoje e 100% dos funcionários e clientes estão usando máscaras. Isso tá permitindo que tenhamos uma taxa de ocupação das nossas UTIs de 4,5%, ou seja, 95% dos leitos exclusivos para o coronavírus estão desocupados”, disse.

Isolamento 

Em Mato Grosso, a decisão de retomada será tomada pelos prefeitos de cada cidade. Com isso, há um temor que as decisões em relação ao isolamento possam voltar a interferir na logística, como aconteceu em março, onde a circulação de caminhões foram proibidas.  Mas segundo Mauro Mendes, nesse momento, os prefeitos estão mais ‘consciente’.

“Hoje, eu diria que a atividade economia no estado, 95% delas estão acontecendo com normalidade. Trabalhando nas suas atividades econômicas com um excelente regime de continuidade. O que nós estamos pedindo aos prefeitos é que mantenham suspensos ainda reuniões, festas, shows e abertura de cinemas, que obviamente são de menor impactos no dia -a-dia. Bares e restaurantes ainda estão fechados. Mas o comércio, indústrias, e as cadeias do agronegócio estão funcionando. O governo mesmo, volta a trabalhar em regime normalizado, 8 horas por dia já no próximo dia 11, ficarão em casa, apenas, aqueles que fazem parte do grupo de risco”, afirmou ele.

“Estamos seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde, que classifica a paralisação de acordo com a capacidade de atendimento de saúde de cada Lugar. Então, se nós temos capacidades de atender às pessoas o nível e o de ocupação é baixo no estado, porque preciso fazer uma paralisação geral. Agora é fato, se o número de casos começar a crescer, nós vamos tomar novas medidas restritivas para diminuir essa curva de crescimento, e não ultrapassar a capacidade da saúde”, enfatizou o governador.

Prejuízo no agronegócio 

No geral, para o governador, os setores do agronegócio se mantém ainda estabilizados. “O agro estão indo bem, a exportação de soja por exemplo, com preços em função do dólar está razoável também. Mas o mundo está passando por temores, de incerteza. O algodão por exemplo,  ninguém sabe como pode ficar. Os contratos firmados, grande parte da safra está vendida, a dúvida é, será que esses players vão honrar com esses contratos? Existe hoje um oceano de incertezas, uma incerteza maior ainda porque ninguém sabe a profundidade e as consequências na economia no Brasil e no mundo”, afirma o governador de Mato Grosso.