Para Galvan, “Geller faz lobby” na MP do Agro

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O presidente da  Associação dos Produtores de Soja e Milho de (Aprosoja) de Mato Grosso, Antônio Galvan, afirma que o deputado federal Neri Geller (PP) não age com honestidade ao tentar convencer os produtores rurais que o setor seria beneficiado pela emenda aditiva à MP do Agro que retirava a Cédula de Produto Rural (CPR), que é o principal instrumento de financiamento da produção agropecuária brasileira, da recuperação judicial das cerealistas. Ainda acusa o parlamentar de fazer lobby para as tradings do agronegócio.

A MP do Agro foi aprovada pelo Congresso em março deste ano. No entanto, a emenda de Neri Geller foi rejeitada por pressão da Aprosoja e de outras entidades do agro como Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e da própria ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM-MS).

O lobby dele é em favor das tradings, das cerealistas. Não é dos produtores

Acusa presidente da Aprosoja, Antônio Galvan

A polêmica veio à tona com o pedido de Recuperação Judicial ajuizada pela empresa Indiana Agri Comércio e Exportação de Cereais Eireli na Comarca de Primavera do Leste.  Isso porque a ação impacta a cadeira produtiva e os que se beneficiam diretamente e indiretamente da atividade econômica.

O fato, que era para ser rotineiro, reacendeu polêmica entre   Galvan e  Neri Geller. Representantes do Agro, os dois tiveram embates durante as discussões da MP do Agro justamente sobre a Recuperação Judicial de cerealistas.

Segundo Neri Geller, se a emenda  tivesse sido aprovada antes da Recuperação Judicial, a Indiana Agri deveria ter quitado as dívidas de CPR com os produtores rurais. Como o dispositivo foi rejeitado, os associados da Aprosoja receberão somente após a conclusão do processo.

“O objetivo da emenda era justamente resguardar o produtor rural. Infelizmente o presidente da Aprosoja não entendeu dessa forma e colocou a estrutura da entidade para que fosse rejeitada. A Recuperação Judicial é um instrumento que favorece o agro, mas da forma que foi regulamentada, acaba favorecendo caloteiros. Meu objetivo era corrigir essa situação”, pontuou.

A afirmação é rebatida por Galvan. Segundo ele, a CPR não impacta as recuperações judiciais. Afirma ainda, que Neri Geller faz lobby para as tradings do agronegócio.

“Na Recuperação Judicial são direitos iguais tanto para pessoa jurídica quanto para pessoa física. Não existe garantia de recebimento para os produtores rurais  com CPR porque eles são feitos a favor das traidings.   Gostaria de saber quem esse deputado está defendendo. O lobby dele é em favor das tradings, das cerealistas. Não é dos produtores”, pontua  Galvan.

Além disso, o presidente da Aprosoja também afirma que CPR só é emitido do produtor para a traiding e nunca ao contrário. Por isso, sustenta que o Neri Geller falta com a verdade e faz um desafio.

“Desafio o deputado a apresentar um documento comprovando que uma única traiding emitiu CPR para produtor rural. O objetivo dessa emenda era beneficiar as grandes empresas e tirar direitos dos produtores. Ninguém seria beneficiado. Tanto que o setor em peso se posicionou contra”, concluiu Galvan.