O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 5,5 bilhões no primeiro trimestre, informou nesta sexta-feira, 15, a instituição de fomento, sem comparar o desempenho com igual período de 2019. O resultado foi impulsionado pela venda de R$ 22 bilhões em ações da Petrobras, em oferta pública no início de fevereiro.
Por outro lado, o lucro não foi maior porque os provisionamentos para créditos duvidosos somaram R$ 1,7 bilhão, por causa do aumento de risco de calote em função da crise econômica causada pela pandemia de covid-19.
Com destaque para a oferta de ações na Petrobras, na qual o BNDES se desfez da totalidade de sua participação em papéis ordinários (ON, com voto) da petroleira, houve ganho de R$ 8,5 bilhões com participações societárias, dos quais R$ 8,1 bilhões decorreram dos desinvestimentos, informou o banco. Ao anunciar os resultados fechados de 2019, em 11 de março, o BNDES já havia informado que lucrou R$ 4,6 bilhões com a venda das ações.
Com as vendas de ações e com a desvalorização dos papéis por causa da turbulência nos mercados, a carteira de participações societárias encerrou o primeiro trimestre avaliada em R$ 59,2 bilhões, ante R$ 111,9 bilhões no fechamento de 2019. Segundo o BNDES, a redução se deveu a R$ 23,8 bilhões em vendas e a R$ 28,8 bilhões em desvalorização.
Já o lucro com intermediação financeira, ou seja, com os financiamentos feitos pelo BNDES, atingiu R$ 4,1 bilhões, “o que equivale a um aumento de 10,1% em comparação com o primeiro trimestre de 2019”, segundo o banco. “Mesmo com o cenário de menor demanda por empréstimos no período, houve resultado positivo com disponibilidades no exterior”, diz a nota divulgada pelo banco.
Apesar da provisão de R$ 1,7 bilhão, já de olho num aumento dos calotes por causa da crise, a inadimplência (atrasos superiores a 90 dias), desconsiderando operações com garantia da União, “recuou de 0,84% em 31 de dezembro de 2019 para 0,37% em 31 de março, abaixo do índice do Sistema Financeiro Nacional (3,17%)”
O Índice de Basileia encerrou o primeiro trimestre em 35,4%, bastante acima dos 9,25% exigidos pelo Banco Central (BC).
Fonte: Estadão