O dólar à vista fechou em alta de 1,97%, cotado em R$ 5,7024. No mercado futuro, o dólar para junho subia 2,3%, negociado em R$ 5,72 às 17h30. Nesta quarta-feira, as moedas emergentes perderam força de forma generalizada ante o dólar, mas o real foi novamente a com pior desempenho. Em outros mercados, a divisa dos EUA subiu 1,85% na Turquia, 1,51% no México e 1,19% na África do Sul.
“Apesar da crise política, o Banco Central vai cortar os juros hoje”, avalia a analista de moedas do banco alemão Commerzbank, You-Na Park-Heger. Ela prevê que o BC pode ainda deixar “as portas abertas” para novos cortes na Selic, principalmente porque neste momento ainda não se consegue ter uma dimensão mais clara dos efeitos na economia do ambiente atual, marcado não só pela pandemia do coronavírus, mas por uma crise política.
Em evento hoje pela internet do BTG Pactual, o ex-diretor do BC, Luiz Fernando Figueiredo, sócio da Mauá Capital, afirmou que um corte de 0,75 hoje é o mais adequado, mas ele também cobrou ação mais forte do BC no câmbio. “O BC deveria cuidar para que real não fosse a mais ‘feia’ de todas as moedas”, disse ele. Hoje, porém, assim como nos outros dias da semana, o BC não fez intervenção extraordinária no câmbio. Um diretor de tesouraria destaca que o mercado até “chamou o BC” para atuar, ao forçar a moeda a superar os R$ 5,70, mas sem sucesso.
“A sustentabilidade fiscal de longo prazo está em risco no Brasil”, afirma o analista de mercado financeiro da Oanda em Nova York, Edward Moya, ao comentar em relatório o desempenho do mercado local. “A pandemia de coronavírus e a turbulência política esmagaram as perspectivas de crescimento”, destaca Moya O analista da Oanda avalia que o ambiente político pode não melhorar tão cedo, já que Bolsonaro e o Congresso não se entendem.