“Eles não são loucos. São duas grandes estrelas do boxe mundial. Acho que vão fazer um evento legal e colocar milhões de dólares na conta. Vão lutar no limite deles. Não vão atingir o top físico que tiveram. Vão fazer show”, disse Miguel de Oliveira, campeão mundial dos médios-ligeiros, em 1975. “Não acredito em um retorno profissional. Eles não têm mais paciência para enfrentar as exigências que um longo treino diário obriga.”
Peter Venâncio, que chegou a disputar o título mundial dos médios, em 1995, concorda com Miguel. “Uma luta-treino seria um espetáculo para o público em geral. Acho que o Tyson tem condições de ganhar do Holyfield. Pela explosão nos golpes e pelo estilo de luta na pressão. O Holyfield vai tentar manter a distância. Se não for assim, poderemos ter muitos clinches.”
George Arias, que dominou a categoria dos cruzadores e dos pesados por uma década e atingiu o segundo lugar no ranking da Organização Mundial de Boxe, é mais um entusiasta do evento. “Acho sensacional, muito legal. Eles têm condições físicas e técnicas, estão saudáveis, treinando. Seria maravilhoso para o boxe mundial, mas voltar a lutar profissionalmente não dá mais”, disse Arias, que, aos 46 anos, aceitaria enfrentar as lendas. “Se houvesse um convite… quem não gostaria de enfrentar dois ícones do boxe mundial?”, perguntou o atual treinador, que em 2002 esteve perto de enfrentar Holyfield.
Além da expectativa dos fãs, uma nova luta entre Tyson e Holyfield também seria a garantia de sucesso nas bilheterias ou no sistema pay-per-view. Com muita experiência neste tipo de evento, o manager e empresário Sergio Batarelli, conselheiro de Esquiva Falcão e Robson Conceição, não pensaria duas vezes para organizar a luta.
“Faria (a luta) na hora. Eles estão pensando em ganhar dinheiro. A verdade é essa. Todo mundo tem interesse da luta. Seria um bom negócio”, afirmou Batarelli, representante da empresa Top Rank, de Bob Arum, no Brasil. “Mas é preciso fazer um exame médico rigoroso, investigar tudo e que a comissão médica dê licença para eles lutarem.”
Patrick Nascimento, manager do campeão mundial Patrick Teixeira, também aposta no sucesso do duelo. “Uma apresentação ‘combinada’ seria muito bacana para o boxe, mas acho que uma luta de verdade seria complicado. Eles não têm mais nada para provar em cima do ringue. Seria uma loucura.”
Tyson afirmou que vai anunciar o rival e a data da luta no máximo na próxima semana. Muitas propostas surgiram para o ex-campeão mundial dos pesados, inclusive fora do boxe. MMA, bare-knuckle (boxe sem luvas) e WWE (telecatch) já despertaram interesse em fazer contrato com o “Iron Man”.