A queda dos preços do petróleo afeta negativamente segmentos de etanol e açúcar. De acordo com a Cogo – Inteligência em Agronegócio, com o biocombustível pouco competitivo, as usinas tendem a alterar o mix de produção, aumentando a quantidade de açúcar, o que pressiona os preços da commodity. “Além da maior oferta, a disparada do dólar ante o real favorece as usinas brasileiras exportadoras”, diz.
O resultado das exportações brasileiras em abril confirma a tendência de forte aumento no mix açucareiro e indica embarques recordes para a safra 2020/2021. A receita obtida com exportações de açúcar bruto e refinado do Brasil em abril somou US$ 475 milhões, valor 7,7% maior do que o registrado em março deste ano e 33,8% superior à do mesmo mês de 2019, de US$ 355 milhões.
“O fato de as usinas da região Centro-Sul, que concentram a maior parte das vendas para o mercado externo, exportarem mais no período de outubro a março, pode fornecer algum alívio em relação à safra anual de grãos”, diz.
Segundo a Cogo, os embarques do açúcar bruto do Brasil devem seguir acelerados em maio, diante dos altos prêmios para o açúcar refinado e preços mais baixos para o bruto nos portos.
Com preços menos voláteis do açúcar branco, o prêmio do refinado segue atrativo, estimulando o processamento do açúcar bruto. “Os principais destinos são os países asiáticos, além de nações que possuem polos de refino, como Arábia Saudita e Argélia”, diz.
Neste cenário, a fixação de contratos para entrega a partir de 2021, por exemplo, supera os R$ 1.350 por tonelada, sustentados pela variação do câmbio.
Há uma expectativa de que os bloqueios na Índia em decorrência do coronavírus sejam suspensos a partir da segunda semana de maio. “A velocidade de retomada, entretanto, ainda é incerta e pode afetar, portanto, as exportações indianas para o mercado externo”, pontua.