Após o governador Wilson Witzel dizer, nesta terça-feira (26), que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) deveria estar preso em meio às suspeitas de rachadinha e enriquecimento ilícito, o filho do presidente rebateu os ataques em uma rede social.
O senador disse que, além da Saúde, outras secretarias de Wiztel devem aparecer em investigações futuras e que ouve essas denúncias “nas ruas” ou em “papos de botequim”: ‘Não tenho informação privilegiada’.
“Você traiu todo mundo, Wilson. Agora você vai precisar de tempo para se defender, bicho. Mas isso não é nada perto do tsunami que está chegando perto de você.”
“Quando você diz que eu já deveria estar preso, preso por quê? Eu não fiz nada de errado. Estou sendo investigado há mais de dois anos e não tem denúncia contra mim porque não tem como me denunciar. Agora, no seu caso não.”
Witzel atribuiu a realização da Operação Placebo, na qual foi alvo de busca e apreensão, à suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. O Planalto informou que não vai se manifestar.
Flávio também rebateu esse ponto, afirmando que a investigação começou em âmbito estadual e que a PF “só cumpriu a decisão do Superior Tribunal de Justiça”.
“Essa investigação, você estava tão nervoso com a ‘visita do Uber’, começou na Polícia Civil, foi a sua Polícia que estava investigando. Agora, quando chegaram a elementos razoáveis que você estava envolvido tiveram que transferir o foro pro STJ e passar pro MP. Então, não tem nada a ver com a PF. Um ministro do STJ autoriza a busca e apreensão, todo o processo legal foi cumprido”.
Flávio também atacou o governador e ironizou que as informações obtidas sejam fruto de interferência em qualquer órgão de estado.
“No seu governo, os casos de corrupção já são assunto de mesa de bar. Não é informação privilegiada, é bastidor político, pessoas anônimas.”
Ao final da live na rede social, Flávio se desculpou com os eleitores por ter feito campanha para Witzel em 2018.
“Peço desculpas a você que votou no governador Wilson acreditando em mim, no Bolsonaro. Eu, especificamente, porque o presidente ficou rodando outros estados e me deixou sob incumbência para tocar a campanha no Rio de Janeiro”.
No segundo turno, o concorrente de Witzel, Eduardo Paes (DEM), pediu na Justiça que o governador não exibisse imagens da família Bolsonaro na campanha. A partir de uma movimentação de Flávio Bolsonaro, a veiculação foi permitida. Agora, Flávio se disse arrependido com a aliança política.
“Quando começou a cair a ficha de quem era você, a única coisa que eu fiz foi me afastar de você. A única coisa que eu me arrependo era de ter te elegido (…) Eu acreditava em você, jamais ia acreditar que você seria um desses traidores.”
Na live realizada na rede social, Flávio chegou a dizer que Witzel teve carreatas suspensas e ligou para Fabrício Queiroz, assessor do então deputado à época, para resolver o problema.
A relação de Witzel e da família Bolsonaro se desgastou a partir de uma entrevista do governador em que dizia sonhar com a presidência da República. No final do ano passado, Bolsonaro acusou Witzel de estar por trás da investigação contra o filho Flávio Bolsonaro no suposto esquema de “rachadinha”.
Nesta terça, Witzel também atribiu a operação contra ele devido a uma perseguição política.
Por G1