“Em primeiro lugar, vemos recuperação cíclica com juros mais baixos, crédito crescendo a dois dígitos para consumo, famílias. A demanda agregada vai crescer com força. Em segundo lugar, será esse ‘crowding in’, com ingresso de investimentos nacionais e de fora internacionais em setores como óleo e gás, infraestrutura”, disse Guedes.
Para essa onda de investimentos, Guedes afirmou que a primeira medida que precisa ser feita é a aprovação do marco do saneamento público.
Ele defendeu que aprovação seja feita em meio à pandemia. “Precisamos de marcos regulatórios para novas fronteiras de investimento”, disse Guedes, citando que é preciso também, com urgência, um novo marco regulatório para a área de petróleo (óleo e gás). “O marco atual nesse setor é disfuncional”, comentou, lembrando do leilão de cessão onerosa do ano passado, considerado “fracassado” por muitos agentes econômicos.
“Esse Congresso quer fazer reformas“, disse Guedes. “Se marco do saneamento for aprovado, disparamos R$ 100 bilhões em investimento em dois ou três anos.”
Ele acrescentou que a proposta para o novo marco para óleo e gás está pronta e lembrou que também há a emenda do senador José Serra para mudar o regime no setor.
Postura de Bolsonaro
Guedes afirmou que o presidente Jair Bolsonaro é sempre atacado quando chama atenção para a crise econômica. “O Brasil precisa da saúde e da economia. Se não cuidar da economia, a crise na saúde é agravada“, disse o ministro argumentando que o presidente Jair Bolsonaro está preocupado com a situação da saúde. “Como líder do País, o presidente não quer deixar a população em pânico e enfatiza que é preciso ter equilíbrio entre as duas dimensões”, afirmou.
E completou: “Precisamos cuidar da saúde, mas se não olhar economia, vamos ter ‘L’. A economia cai e não sobe de uma depressão”, afirmou.
O ministro relatou que o ministro da Saúde, Nelson Teich, tem provido orientações sobre a evolução da epidemia no Brasil. Ele disse que, por ora, trabalha com a queda de casos em junho.