Mesmo com pandemia, maioria dos deputados aprova aumentos salariais para servidores comissionados

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Apesar da pandemia de coronavírus seguir com efeitos em crises sanitária e econômica no Brasil e no mundo, a maioria dos deputados estaduais de Mato Grosso aprovou, em segundo turno, ontem à noite, durante sessão extraordinária, o projeto que permite aumentar os salários dos presidentes de autarquias e fundações de Mato Grosso, bem como a remuneração de secretários e adjuntos e demais cargos de confiança.

Na primeira votação, ocorrida na quarta-feira (13), o projeto chegou a ser reprovado, mas o resultado mudou após o voto do deputado Max Russi (PSB) ter sido computado por mensagem de texto. Ontem à noite, o projeto votou à pauta da Assembleia Legislativa e recebeu o voto favorável dos seguintes parlamentares: Eduardo Botelho (DEM), presidente da AL-MT; Dilmar Dal Bosco (DEM), líder do governo; Max Russi (PSB); Doutor Gimenez (PV); Nininho (PSD); Paulo Araújo (PP); Romoaldo Júnior (MDB); Wilson Santos (PSDB); Oscar Bezerra (PV); Janaina Riva (MDB); Valmir Moretto (Republicanos); Sargento Vidal (Pros); e de Sebastião Resende (PSC).

Já os deputados que foram contra ao aumento, na 2ª votação, foram: Ulysses Moraes (PSL); Lúdio Cabral (PT), Carlos Avalone (PSDB), Doutor João (MDB), Sílvio Fávero (PSL), Thiago Silva (MDB), Delegado Claudinei (PSL), Elizeu Nascimento (DC), Valdir Barranco (PT), Doutor Eugênio (PSB) e Xuxu Dal Molin (PSC).

Questionado, Xuxu Dal Molin disse ao Portal Sorriso, nesta manhã, que não precisou ser pressionado pela base a mudar o voto. “Esse fake news de que eu fui favorável ao aumento é o presente que recebo por ser correto e trabalhar em prol do interesse coletivo e não de grupinho político. Estou conseguindo mais um hospital para o Mato Grosso, com 80 leitos, e o que recebo de volta é que defendo a JBS. Tenho que rir disso”, frisou.

Com a mensagem aprovada ontem à noite, os cargos como o de presidentes de autarquias e fundações, como Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Mato Grosso (Ager), Detran, Indea, Intermat, assim como o reitor da Unemat, que hoje recebem R$ 9,3 mil, passam a ter um salário de R$ 18,2 mil. Apesar da aprovação, deputados estudam questionar a validade da aprovação junto ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT).

O deputado Ulysses, que votou contrário ao aumento, frisou que a aprovação foi uma derrota para a sociedade mato-grossense. “É inacreditável o governador querer insistir em projeto que aumenta salários da alta cúpula em plena pandemia. O governador quer aumentar a remuneração dos seguis amiguinhos enquanto os profissionais da saúde estão com os salários atrasados, não têm segurança e nem recursos suficientes para trabalhar no combate ao coronavírus. Tem pessoas perdendo emprego, tem empresas fechando. Os que votaram favoráveis foram muito injustos com a sociedade”.

Agora, o projeto seguirá agora para a sanção do governador Mauro Mendes (DEM). Na semana passada, o Governo do Estado declarou que a queda na arrecadação do ICMS, principal tributo do Estado, chegou aos 14,9% no mês de abril, comparado ao mês de março, antes do agravamento da situação econômica em razão da pandemia do coronavírus.

Já em abril, o governador Mauro Mendes (DEM) admitiu, em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real, que em função da queda na arrecadação pelo governo,haveria possibilidade de atrasar o pagamento de salário dos servidores públicos.

Texto: Luana Rodrigues/Portal Sorriso