Dentre os focos da iniciativa, passada a pandemia, conforme Chapchap, está o apoio na melhora da governança do Sistema Único de Saúde (SUS), que precisa ser melhorada. Além disso, o Todos pela Saúde também quer contribuir na informatização dos sistemas usados na área de saúde e seguirá acompanhando as duas centrais que estão sendo montadas, uma no Rio de Janeiro e outra em Fortaleza, para testar profissionais de saúde e a população por conta da covid-19.
“Temos responsabilidade com isso – centrais – embora estejam muito bem colocados nas mãos da Fiocruz. Temos um compromisso de acompanhamento para que não haja deterioração e um sucateamento dessas estruturas”, disse Chapchap.
O médico e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) Gonzalo Vecina Neto disse que o foco do Todos pela Saúde é cobrir deficiências da ação do Estado na pandemia, que gerou uma crise “muito pesada” e não substituí-lo. O SUS, conforme ele, custa R$ 250 bilhões por ano enquanto o projeto tem R$ 1 bilhão em recursos. “Temos certeza que não vamos substituir a ação de Estado, que é fundamental. Estamos realçando a ação do Estado, não substituindo”, ressaltou Gonzalo
O ex-diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Maurício Ceschin chamou atenção ainda para a necessidade de outras iniciativas de apoio à saúde neste momento de crise por conta da pandemia, cobrando maior participação de empresas e da sociedade “A sociedade vai sair junto disso. É uma obrigação do Estado, mas da própria sociedade se envolver e buscar soluções para minimizar o sofrimento”, acrescentou.
O Todos pela Saúde já destinou R$ 790 milhões de um orçamento total de R$ 1 bilhão doado pelo Itaú para medidas para combater a pandemia do novo coronavírus no Brasil em seu primeiro mês. Além dos recursos cedidos pelo banco, a iniciativa arrecadou outros R$ 18 milhões junto a empresas e indivíduos em todo o Brasil.