Queda na confiança das famílias é a mais intensa da série histórica, diz CNC

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O Índice de Confiança das Famílias (ICF), que antecipa o potencial das vendas do comércio, registrou a maior queda de um mês para outro da série histórica iniciada em janeiro de 2010, informou a Confederação Nacional do Comércio (CNC). O índice caiu para 81,7 pontos na pesquisa de maio, contra 95,6 pontos em abril, registrando queda mensal de 13,1% e anual de 13,7%.

A perspectiva profissional das famílias também piorou este mês, atingindo também o pior nível da série histórica, com 88,1 pontos. Em relação ao mês anterior, a queda foi de 15,6%. Contra maio de 2019, cedeu 18,2%.

“Os resultados transparecem a incerteza das famílias em relação ao futuro profissional e representam a insegurança dos brasileiros com os próximos meses”, disse em nota a economista da CNC responsável pelo estudo, Catarina Carneiro da Silva.

Pela primeira vez desde janeiro de 2018, a maior parte das famílias demonstrou uma perspectiva profissional negativa: 51,5%, contra 42,5% no mês anterior e 40,7% no mesmo período do ano passado.

Em maio, a parcela de consumidores que declarou não ser um bom momento para adquirir bens duráveis – como eletrodomésticos, eletrônicos, carros e imóveis – atingiu 70,1%, ante 60,7% no mês anterior, e dos 61,5% observados em maio de 2019. Esse indicador caiu 22,7% contra abril e 21,4% ante maio do ano passado, chegando a 52,9 pontos, o menor subíndice da pesquisa de maio.

O único subíndice medido pela CNC na pesquisa do ICF que ficou positivo em maio foi o acesso ao crédito, informou a entidade, que atingiu 93,5 pontos, 5,4% a mais do que em maio de 2019. Contra abril, no entanto, caiu 1,8%, após quatro meses seguidos de alta, o que já indica uma preocupação com o curto prazo, segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

“As taxas de juros cada vez mais baixas, com um nível inflacionário controlado, impactaram favoravelmente a percepção de acesso ao crédito. Contudo, o risco de maior inadimplência em virtude da crise provocada pela pandemia de Covid-19 contribuiu para a desaceleração do consumo”, afirma Tadros.

Fonte: Estadão