Respiradores Falsos em Rondonópolis

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O delegado Santiago Rozendo Sanches e Silva, da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Rondonópolis (a 215 km de Cuiabá), afirmou que o empresário Ramos de Faria e Silva Filho, suspeito de vender 22 respiradores falsos para a Prefeitura do Município, usou uma empresa em nome de um laranja para cometer o crime.

A Prefeitura pagou à empresa, com sede em Tocantins, R$ 4 milhões nos aparelhos falsificados. Os equipamentos seriam utilizados no combate ao novo coronavírus (Covid-19).

Conforme o delegado, o laranja foi identificado e já teve o mandado de prisão preventiva expedido, mas está foragido.

Ramos Filho foi preso na última quinta-feira (30) pela Derf.

O delegado informou que ele gastou algo em torno de R$ 200 a R$ 250 mil na compra de adesivos e manuais para falsificar os equipamentos.

“Ele foi ouvido na semana passada e bateu na tecla de que também foi enganado por uma empresa da China da qual adquiriu os equipamentos. Mas não conseguiu demostrar nenhum documento que pudesse colaborar com seus argumentos”, disse o delegado.

  “As investigações apontam que ele adquiriu monitores cardíacos, equipamento de valor muito inferior a de um ventilador pulmonar, pelo valor de R$ 10 mil. Depois, comprou adesivos e manuais para adulterar o produto e revendeu para a Prefeitura pelo valor de R$ 190 mil cada”, acrescentou Santiago.

Santiago pontuou que deve concluir o inquérito sobre o caso até esta sexta-feira (8) e indiciará o empresário pelo crime de estelionato. A Polícia segue em busca do laranja da empresa.

 

A compra

Os respiradores foram comprados para atender pacientes graves da Covid-19 no município.

Após negociações, uma equipe da Prefeitura de Rondonópolis foi até a Goiânia (GO) para buscar os aparelhos.

Antes de fazer o carregamento, foram feitas fotos dos equipamentos e encaminhadas para a Secretaria de Saúde, sendo demonstrado pelos adesivos que se tratavam dos ventiladores pulmonares.

Desta forma, o pagamento foi efetuado pela Prefeitura, porém, quando os equipamentos chegaram na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) foi constatada a falsificação. A Prefeitura, então, denunciou o caso à Polícia Civil.

As investigações avançaram, sendo possível identificar o empresário Ramos de Faria e Silva Filho como autor do crime.

Segundo o delegado Santiago, durante os trabalhos foram bloqueados das contas das empresas do investigado cerca de R$ 3 milhões, adquiridos através da venda fraudulenta.

 

Por Mídia News