O ex-presidente da Assembleia, o ex-deputado José Riva, foi intimado e irá depor na próxima quarta (03), às 8h30, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB). O depoimento será transmitido pelas redes sociais da Câmara Municipal de Cuiabá.
Riva é considerado peça fundamental, uma vez que ele confirmou a existência do pagamento de “mensalinho” feito pelo Governo do Estado para dezenas de deputados – ao longo de 20 anos em que estava como parlamentar -, em delação premiada firmada com o Ministério Público do Estado (MPE).
Dentre esses deputados, segundo Riva, estava Emanuel Pinheiro, que teria recebido propina durante a época em que era parlamentar. A declaração de Riva corrobora a afirmação do ex-governador Silval Barbosa, de que pagou propina para que Emanuel apoiasse os projetos do Executivo quando era deputado.
A afirmação de Silval consta no acordo de delação premiada firmado com a Procuradoria Geral da República (PGE) e foi reafirmada por ele durante a oitiva da CPI do Paletó, em março deste ano. Além dele, seu ex-chefe de gabinete Sílvio Corrêa também afirmou que Emanuel recebia dinheiro de propina.
Para o presidente da CPI do Paletó, vereador Marcelo Bussiki (DEM), o depoimento de Riva é necessário para reforçar o que tem sido notório ao longo da investigação da CPI: de que o dinheiro recebido por Emanuel era fruto de propina.
“Tivemos certa dificuldade em intimar o ex-deputado José Riva, mas ele vai depor. Nossa expectativa é de que ele traga mais clareza sobre como eram feitos os pagamentos de mensalinho, que ele já declarou. E se, além da vez filmada, Emanuel já teria recebido outros valores”, disse.
Outras oitivas
Além de Silval Barbosa e Sílvio Corrêa, já foi intimado e depôs o servidor Valdecir Cardoso, que auxiliou na responsável por enquadrar a câmera usada para gravar o então deputado estadual Emanuel Pinheiro recebendo maços de dinheiro e os colocando no paletó.
Também foi intimado para depor o irmão do prefeito, Marco Polo Pinheiro, conhecido como Popó, pois Emanuel alegou que o dinheiro recebido era para pagamento de dívidas do irmão. No entanto, Popó se negou a depor sob o argumento de que um irmão não pode depor contra outro.
Novos requerimentos
Com isso, os vereadores apresentaram o requerimento para que a esposa de Popó, Bárbara Pinheiro, seja intimada para depor, já que ela é sócia do marido e teria condições de esclarecer sobre a suposta dívida. O requerimento será apreciado pela comissão possivelmente na quarta, após o depoimento de José Riva.
Ao todo, a CPI tem 120 dias para conclusão. O prazo de encerramento dos trabalhos pode ser prorrogado mediante a solicitação da comissão. Assim que elaborado um relatório final, o documento deverá ser colocado para aprovação do plenário da Câmara.
(Com Assessoria)