O governador Mauro Mendes (DEM) sinalizou que não vai construir um hospital de campanha em Cuiabá para atender pacientes infectados com a Covid-19.
Segundo o governador, a criação da estrutura temporária esbarra no colapso vivenciado pela saúde pública em todo Brasil. Segundo ele, faltam profissionais e medicamentos essenciais para a internação em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Hoje, abrir novas UTIs não é fazer um hospital de campanha. E depois? Haverá médicos para atender? Vai ter equipamento para colocar lá dentro? Vai haver medicamentos?”, indagou Mendes.
“Os medicamentos não estão faltando só em Mato Grosso, estão faltando em todo País. Então, fazer um hospital? Ótimo! Podemos fazer. Precisamos ter certeza que terão médicos e medicamentos de UTI para colocar à disposição”, completou Mendes, em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Villa Real, nesta segunda-feira (13).
Mendes se refere a medicamentos como analgésicos e sedativos. Segundo ele, há leitos de UTI destinados a pacientes com Covid-19 prontos para entrar em operação no Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, no entanto faltam insumos e profissionais.
“Nós temos em Várzea Grande alguns leitos de UTIs que estão prontos, mas faltam médicos e medicamentos. E esse problema de medicamento é no Brasil inteiro”.
Médicos em falta
O governador ainda rebateu a presidente do Sindimed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso), Evelyn Hack Bidigaray, segundo a qual “não faltam médicos, faltam condições de trabalho dignas para a classe”.
Mendes explicou que o Estado encontra dificuldade em encontrar médicos intensivistas – especialidade responsável por atuar em UTIs – e desafiou: “Quando falamos de falta de médicos, são os médicos intensivistas. Precisa apresentar a lista de médicos intensivistas à disposição. Pode levar até meu gabinete que eu mando contratar”, afirmou.
“Cinco leitos em MT”
Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde, na noite do último domingo (12), mostram que 906 pessoas estão internadas em Mato Grosso em decorrência da Covid-19.
A maior parte delas – 494 pacientes – segue em leitos de enfermaria, distribuída da seguinte forma: 331 em hospitais públicos, 139 em unidades privadas e outros 24 em hospitais filantrópicos.
Outros 412 pacientes apresentam sintomas mais graves da doença e estão hospitalizadas em UTI. Os leitos relativos a UTIs atingiram 98,1% de lotação. Em todo o Estado restam apenas cinco leitos vagos.
Por Mídia News