Um incêndio que começou há 10 dias já atingiu 40 mil hectares no Pantanal de Mato Grosso. O fogo começou a ser registrado no dia 21 de julho na região do município de Poconé, a 104 km de Cuiabá. O Corpo de Bombeiros informou que o fogo se concentra nas proximidades da estrada Transpantaneira, rodovia que interliga a cidade até Porto Jofre, no Pantanal.
O Pantanal mato-grossense é reconhecido pela abundância da vida selvagem em uma área de 140 mil metros quadrados.
A estimativa de 40 mil hectares atingidos é do Corpo de Bombeiros, que está com 18 militares divididos em cinco equipes na região. Eles combatem o incêndio diretamente com equipamentos e com aceiros.
Aceiros são faixas criadas onde a vegetação foi completamente eliminada da superfície do solo.
A finalidade é prevenir a passagem do fogo para outra área de vegetação, evitando-se assim a propagação de queimadas ou incêndios.
Dois grandes incêndios já atingiram 35 mil hectares do Pantanal em Mato Grosso, na região de Poconé — Foto: Batalhão de Emergências Ambientais (BEA)
Os bombeiros contam com uma aeronave que despeja água, um helicóptero usado para sobrevoo e reconhecimento do incêndio, além de veículos de transporte.
Alguns dias depois do incêndio começar no Pantanal, uma nuvem de fumaça encobriu a região metropolitana após o vento mudar de direção e o incêndio começar a avançar em direção a capital.
Ainda não há informações de como o incêndio começou.
Queimadas no Pantanal
O Pantanal mato-grossense teve um aumento de 530% nos registros de queimadas no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Os focos de calor em alta durante o período chuvoso no bioma alertam para um cenário crítico com a chegada da seca em todo o estado, época mais suscetível às queimadas.
Segundo o Instituto Centro de Vida (ICV), de janeiro a junho de 2020, foram registrados 6.747 focos de calor no estado, um aumento de quase 300 focos em relação a 2019 (com 6.450) e que contabilizou um acréscimo significativo em relação a 2018, com 4.383 ocorrências.
As queimadas no primeiro semestre foram lideradas pela Amazônia, com 60,93%, seguida do Cerrado, com 30,95%, e do Pantanal com 8,12%.
Dados do Inpe mostraram que o volume de chuvas em todo o bioma ficou 50% abaixo do normal no período de janeiro a maio, o que também colaborou para deixar o bioma mais suscetível aos incêndios.
Por G1/MT