Irã se queixa às Nações Unidas sobre manobras de caças americanos

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An image grab from a video released by state-run Iran Press news agency on July 24, 2020, reportedly shows released oxygen mask in the cabin of an Iranian passenger plane after it was intercepted by a US F-15 while flying over Syria. - The US said it had intercepted an Iranian passenger plane as it flew over Syria, after Iranian state television accused Israel of being behind the encounter. The US statement came after an IRIB television channel report aired amateur footage of people on board screaming as the Mahan Air jetliner appeared to change course suddenly, leading to injuries among passengers. (Photo by - / various sources / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT - AFP PHOTO / HO / IRAN PRESS" NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS FROM ALTERNATIVE SOURCES, AFP IS NOT RESPONSIBLE FOR ANY DIGITAL ALTERATIONS TO THE PICTURE'S EDITORIAL CONTENT, DATE AND LOCATION WHICH CANNOT BE INDEPENDENTLY VERIFIED - NO RESALE - NO ACCESS ISRAEL MEDIA/PERSIAN LANGUAGE TV STATIONS/ OUTSIDE IRAN/ STRICTLY NI ACCESS BBC PERSIAN/ VOA PERSIAN/ MANOTO-1 TV/ IRAN INTERNATIONAL /

O Irã se manifestou perante a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira (24) sobre episódio que classificou de “violação flagrante” do direito internacional. Segundo as autoridades iranianas, dois aviões de combate dos Estados Unidos se aproximaram de um avião comercial do Irã que sobrevoava o espaço aéreo sírio.

O Comando dos EUA no Oriente Médio afirma que a manobra se trata de uma “inspeção visual” rotineira. Inicialmente, na noite de quinta-feira (23), o Irã havia acusado Israel de tentar interceptar o avião iraniano, que fazia a rota de Teerã para Beirute.

A abordagem do F-15 ao Airbus A 310 da Mahan Airlines aconteceu na noite de quinta-feira, 23, no espaço aéreo da Síria. O incidente fez com que a aeronave perdesse altitude. 12 pessoas ficaram feridas, incluindo tripulação e passageiros.

O avião aterrissou em Beirute, destino programado, e depois retornou ao Irã, com pouso durante a madrugada no Aeroporto Imam Khomeini, em Teerã.

O Ministério de Rodovias e Desenvolvimento Urbano iraniano já apresentou uma queixa contra a ação militar americana junto à Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). “Atacar um avião de passageiros é um ato terrorista. Como um avião de passageiros que voa em sua rota comercial, de acordo com os protocolos da aviação, pode ser atacado e ameaçado por caças?”, questionou o titular da pasta, Mohamad Eslami.

As relações entre os dois países estão em um ponto de tensão que só piorou desde que o presidente americano, Donald Trump, se opôs, em 2018, a um acordo sobre o programa nuclear de Teerã, que havia sido negociado por anos com as principais potências mundiais.

Israel e os Estados Unidos são inimigos declarados do Irã. O governo iraniano é um aliado do regime da Síria – país vizinho de Israel que está em guerra desde 2011 – e também do movimento armado Hezbollah no Líbano.

Aviões abatidos

Em janeiro deste ano, um avião Boeing 737 com 176 tripulantes de sete países foi abatido após decolar do aeroporto Imam Khomeini, na capital do Irã, Teerã. Após dias de negativa, o Irã admitiu ter disparado um míssil erroneamente, e culpou o papel da “política aventureira” dos Estados Unidos pela tragédia final.

O incidente lembrou outro caso, que ficou conhecido como Voo Iran Air 655. Em julho de 1988, um Airbus foi abatido por um navio americano enquanto sobrevoava o Golfo, matando 290 pessoas.

Mais de 30 anos após o ataque, o Irã ainda aguarda um pedido de desculpas oficial dos Estados Unidos.