Líder indígena, cacique Raoni é internado após passar mal em Mato Grosso

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Cacique Raoni

O cacique Raoni Metuktire, de 89 anos, líder da etnia Kayapó, está internado em um hospital de Colíder, a 648 km de Cuiabá.

Raoni é conhecido internacionalmente pela defesa dos direitos dos povos indígenas.

Cacique Raoni está internado — Foto: Divulgação/Assessoria

Cacique Raoni está internado — Foto: Divulgação/Assessoria

O sobrinho-neto de Raoni, Patxon Metuktire, informou que o cacique está internado desde quinta-feira (16). O cacique vive no Parque Nacional do Xingu, em São José do Xingu, a 931 km de Cuiabá.

Segundo a direção do Instituto Raoni, o cacique apresentou um quadro depressivo após a morte da mulher dele, há um mês.

Ela tinha diabetes. Raoni teve complicações gastrointestinais e desidratação.

Sem conseguir se recuperar com remédios tradicionais, ele foi internado.

Foram feitos testes preventivos para o novo coronavírus, mas todos deram resultados negativos. Raoni continua internado, mas já está se alimentando bem e deve receber alta em cinco dias.

Histórico

O líder indígena é reconhecido internacionalmente pela luta que articula pelos povos indígenas. Em 1989, ele teve um encontro histórico com o cantor Sting durante o I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, em Altamira (PA).

Presidente francês, Emmanuel Macron, cumprimenta líder indígena Raoni, em encontro no Palácio do Eliseu, sede do governo, em Paris, em maio de 2019 — Foto: Thomas Samson / AFP

Presidente francês, Emmanuel Macron, cumprimenta líder indígena Raoni, em encontro no Palácio do Eliseu, sede do governo, em Paris, em maio de 2019 — Foto: Thomas Samson / AFP

Os dois se reencontraram em 2009 na cidade de São Paulo para conversar sobre a construção da Usina de Belo Monte. Em novembro de 2012, Raoni foi recebido pelo presidente da França, François Hollande, no Palácio do Eliseu. Na ocasião, o cacique pedia a preservação da Amazônia e dos povos que vivem na região.

No ano passado, Raoni foi chamado pelo presidente Jair Bolsonaro de “peça de manobra” usada por governos estrangeiros para “avançar seus interesses na Amazônia”.

A declaração ocorreu após o cacique se encontrar com o presidente da França, Emmanuel Macron, em busca de apoio para a defesa da Amazônia.

Por G1