ato Grosso é o terceiro Estado que mais registrou armas por habitante de janeiro a abril de 2020, de acordo com dados da Polícia Federal. No total, foram registrados 2,3 mil armamentos nos quatro primeiros meses deste ano, dos quais 1,8 mil eram novos registros.
Nesta semana, o caso da morte da menina Isabele Guimarães por um tiro acidental no condomínio Alphaville 1, em Cuiabá, gerou comoção. Dia 11 deste mês, outro caso, do vereador por Santo Antônio do Leverger Dênis Pinheiro (Pros), também chamou atenção por ocorrência de tiro acidental por arma de fogo.
Os dados foram publicados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) após pedido de cidadão por meio da Lei de Acesso à Informação, e divulgados pela agência Fiquem Sabendo, especializada em dados públicos. São registros do Sistema Nacional de Armas (Sinarm), administrado pela PF, que é o órgão responsável por autorizar a posse e o porte de armas em todo o país.
Mato Grosso registrou 68,1 armas a cada 100 mil habitantes, nos primeiros quatro meses de 2020. Rondônia com 105,7 e o Distrito Federal com 90,9 armas por 100 mil habitantes são as unidades da federação que superam o Estado nesse quesito. Em números totais, Mato Grosso é o 11º no ranking, sendo que São Paulo lidera com 7,6 mil armas registradas no período.
Cidadãos comuns foram os responsáveis pelo maior número de registros. Ao todo, 1,6 mil armas foram registradas nessa categoria. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o número revela um aumento de 30,6%, quando 517 pessoas conseguiram as licenças.
O volume de cidadãos é consideravelmente maior que os 105 portes de armas registrados nesses quatro meses por servidores públicos utilizando a prerrogativa da função exercida. Membros do Ministério Público, do Judiciário e outros podem se enquadrar nessa categoria. Em 2019, para todo o ano, 155 agentes públicos conseguiram os registros.
Outros 53 registros foram feitos por trabalhadores de empresas de segurança privada, que representam o terceiro maior número em Mato Grosso. Há ainda seis armas de órgãos públicos, o que é feito sem taxa à PF, e um registro de caçador de subsistência.
Segundo a Polícia Federal, o registro de arma de fogo é um documento que tem 10 anos de validade e que autoriza a pessoa a manter a posse do artefato exclusivamente no interior de sua residência ou no seu local de trabalho.
Vale ressaltar que a posse é diferente de porte. Neste último caso, a pessoa tem o direito de andar armado. Para isso, ele deve comprovar necessidade, indicar endereço fixo, trabalho lícito e laudo psicológico.