O titular da delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança, Adolescente e Idoso, Ugo Ângelo Reck de Mendonça confirmou, esta manhã, em entrevista coletiva, a prisão de um homem suspeito de estuprar a própria filha, de 8 anos. Os abusos ocorriam há cerca de 2 anos. A ação foi na última sexta-feira.
“Infelizmente, a vida dessa criança tem sido com sofrimento. Ela morou em um abrigo até os 6 anos, quando entregaram a guarda para o pai, que nunca tinha tido convivência. Com o tempo, ela passou a conviver com alguns cuidadores, que perceberam comportamento estranho, principalmente quando diziam que teria que voltar para a casa do pai. A vítima chorava, tremia, colocava a mão entre as pernas, e dava todo sinal de que tinha abusos. Conseguiram com bastante conversa que ela contasse vários casos absurdos, infelizmente”, ressaltou Mendonça.
Ainda de acordo com o delegado, a mãe da criança mora na região de Cáceres. “Ela convivia com a mãe, que tem alguns problemas com bebida alcoólica. Inclusive, anteriormente, um homem com quem essa mulher estava vivendo teria abusado dos irmãos da vítima e, por isso, ela foi para um abrigo”, explicou.
“Então, não bastasse esse sofrimento de morar num abrigo, quando foi conviver com o pai passou a ser abusada por esse elemento, que não dá nem para chamar de pai. Depois da denúncia, fizemos várias diligências, perícias e confirmamos ruptura himenal já antiga, o que torna incontestável a situação do abuso. Com apoio do Poder Judiciário e do Ministério Público conseguimos fazer a prisão na sexta-feira”, acrescentou.
Ainda segundo Ugo, quando foi preso o suspeito já se preparava para fugir. “Acabou chegando no conhecimento dele que estávamos investigando. Inclusive esse foi um dos argumentos do pedido de prisão, que ele não é natural da cidade, nem do estado, não tem raízes, então as chances de fugir eram grandes”. “Ele foi interrogado, filmado, alertado do direito ao silêncio e que ele podia colaborar. Acabou comentando alguns abusos e tentou jogar a responsabilidade na criança, disse que ela o procurava, que se esfregava nele”, emendou.
O delegado salientou ainda que o suspeito deve ser autuado por estupro de vulnerável. “Confere com a versão da criança e acredito que pode chegar a até 15 anos de prisão. O inquérito será concluído em até 10 dias, e temos bastante provas, só falta fechar alguns depoimentos e concluir”.
Ugo também destacou que agora a vítima pode permanecer sob responsabilidade dos atuais cuidadores. Não foi confirmado, no entanto, se são familiares. O delegado ainda fez um alerta aos pais de crianças. “Conversem com seus filhos, cuidem de quem fica em suas casas, observem o comportamento da criança, porque infelizmente são muitos casos de abuso na região”, completou.
Só Notícias/Luan Cordeiro