Cerca de 400 prostitutas e donos de estabelecimentos de prostituição de toda a Alemanha, conforme estimativa da polícia, fizeram um protesto no distrito da luz vermelha de Hamburgo no final da noite deste sábado (11) exigindo a reabertura dos bordéis na Alemanha após mais de três meses de fechamento para conter a propagação do coronavírus.
Com lojas, restaurantes e bares abertos novamente no país, onde a prostituição é legal, as profissionais do sexo dizem que estão sendo discriminadas e privadas de seus meios de subsistência, apesar de não representarem um maior risco para a saúde.
“A profissão mais antiga precisa da sua ajuda”, dizia um cartaz empunhado por uma mulher em uma janela de bordel na Herbertstrasse, rua que voltou a ser iluminada com luz vermelha depois de ter estado no escuro desde março.
Algumas manifestantes usavam máscaras teatrais enquanto outra tocava um violino numa rua que faz esquina com a Reeperbahn, via de Hamburgo famosa por sua vida noturna.
A Associação de Profissionais do Sexo, que organizou o protesto, diz que o fechamento de instalações licenciadas está forçando algumas prostitutas a trabalhar nas ruas, que é uma forma ilegal e muito mais perigosa e anti-higiênica de trabalhar.
A entidade afirma que os bordéis poderiam incorporar facilmente medidas de segurança contra a pandemia adotadas por outras indústrias, incluindo máscaras protetoras, melhor ventilação das instalações e registro dos dados para contato dos visitantes.
“A prostituição não apresenta maior risco de infecção que outros serviços que requerem proximidade física, como massagens, cosméticos ou mesmo dança e esportes de contato”, argumenta a associação através de nota. “A higiene faz parte do negócio da prostituição.”
Há semanas que representantes da classe apelam pela reabertura dos bordéis na Alemanha. Em alguns países vizinhos, serviços eróticos e sexuais já são permitidos novamente, como é o caso na Suíça, Bélgica, Áustria, República Tcheca e Holanda.
“Na Suíça, a prostituição é permitida novamente há quatro semanas, e desde então, nenhum caso de coronavírus foi registrado no país relacionado a visitas a bordeis”, diz Johanna Weber, da Associação Nacional de Prestação de Serviços Eróticos e Sexuais. Ela trabalha há 27 anos como prostituta em Hamburgo.
Não há números confiáveis sobre quantas pessoas trabalham na indústria do sexo na Alemanha. Cerca de 32.800 pessoas se registraram oficialmente até o final de 2018, no âmbito da lei alemã de proteção a profissionais do sexo. Segundo estimativas, elas seriam são cerca de 400 mil.
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Por Pagina do Estado
Foto: Fabian Bimmer/Reuters